9.11.12

Paul Valéry: de "Rhumbs"






É poeta aquele a quem a dificuldade inerente à sua arte dá ideias, -- e não o é aquele a quem ela as retira.





VALÉRY, Paul. "Rhumbs". In:_____. Tel quel II. Paris: Gallimard, 1943.

3 comentários:

  1. Antônio Cícero, o mundo não vale o mundo? O mundo não vale o mundo, meu bem.
    Eu plantei um pé-de-sono,
    brotaram vinte roseiras.
    Se me cortei nelas todas
    e se todas se tingiram
    de um vago sangue jorrado
    ao capricho dos espinhos,
    não foi culpa de ninguém.
    O mundo, meu bem, não vale
    a pena, e a face serena
    vale a face torturada.
    Há muito aprendi a rir, de quê? de mim? ou de nada?

    - Carlos Drummond de Andrade, in Cantiga de Enganar, Claro Enigma, 1951 (Fotobiografia CDA, Edições Alumbramentos, 1998).

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  2. Cícero, que tal?

    QUEM NASCEU PRIMEIRO?

    O poeta põe poemas
    brancos, rubros e dourados
    logo abaixo de sua pena.

    Todos tem o mesmo gosto
    póstumo no que há de novo
    nunca novo ovo ovo —
    outros já os haviam posto.

    O avião, grande ave vã,
    nasce quando a força posta
    por esta galinha grã
    deixa um cheiro além de bosta.

    A resposta do poeta
    se esconde no pó que resta
    a ciscar outro, amanhã.

    - Erick Monteiro Moraes

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