A anunciação
Virgem! filha minha
De onde vens assim
Tão suja de terra
Cheirando a jasmim
A saia com mancha
De flor carmesim
E os brincos da orelha
Fazendo tlintlin?
Minha mãe querida
Venho do jardim
Onde a olhar o céu
Fui, adormeci.
Quando despertei
Cheirava a jasmim
Que um anjo esfolhava
Por cima de mim...
MORAES, Vinícius de.
Nova antologia poética. Org. por Antonio Cicero e Eucanaã Ferraz. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Cicero,
ResponderExcluirAdorando os livros!!!
A profundeza da sua poesia me impressiona. E a leitura conjunta do livro Filosofia e poesia deixa claro tratar-se de "dois" Antonios diferentes. Mas neles pensando escrevi esse texto. Um dia escreverei um poema. Um dia. Abrçs.
Sertralina
e o poeta marginal
restou curado!
largou a vida, deixou-a
de lado, partiu pra cima da morte
pulo de rato alado
no começo foi difícil
não estava acostumado
deixar se con-
fundir entre poema e machucado
mas agora ele é poeta, a margem
já é passado
perdeu o medo da Musa
não tá mais anestesiado
e ainda assim:
patife desalmado
não escreve uma linha
desde que chegou
ao outro lado
Obrigado, Nobile.
ResponderExcluirAdorei!