Quanto, quanto me queres? — perguntaste
Numa voz de lamento diluída;
E quando nos meus olhos demoraste
A luz dos teus senti a luz da vida.
Nas tuas mãos as minhas apertaste;
Lá fora da luz do Sol já combalida
Era um sorriso aberto num contraste
Com a sombra da posse proibida...
Beijámo-nos, então, a latejar
No infinito e pálido vaivém
Dos corpos que se entregam sem pensar...
Não perguntes, não sei — não sei dizer:
Um grande amor só se avalia bem
Depois de se perder.
BOTTO, António.
As canções de António Botto. Lisboa: Presença, 1999.
Cicero,
ResponderExcluirque poema lindo! Que alegria tive ao lê-lo! Grato por compartilhá-lo!
Abraço forte,
Adriano Nunes
Broadcast yourself
ResponderExcluirMeu olhar
Sintetizado
No sintetizador
Não quer fazer mais nada
Senão falar desse amor
Palavras, sons,
(O que dizem)
O que dizer
No tom refletido
De cada alvorecer
Pássaro alado
Ao meu lado
Canta este fado
Que não está a cantar
Somente a noite dura
Que só que iluminar
Vossa doce candura.
António Botto leva, com suas canções, o leitor a qualquer lugar. Gosto muito!
ResponderExcluirAbraço.