Aurora
A poesia não é voz — é uma inflexão.
Dizer, diz tudo a prosa. No verso
nada se acrescenta a nada, somente
um jeito impalpável dá figura
ao sonho de cada um, expectativa
das formas por achar. No verso nasce
à palavra uma verdade que não acha
entre os escombros da prosa o seu caminho.
E aos homens um sentido que não há
nos gestos nem nas coisas:
voo sem pássaro dentro.
MONTEIRO, Adolfo Casais. "Vôo sem pássaro dentro" In:_____.
Poesias completas. Lisboa: Casa da Moeda, 1993.
Que lindo isso.
ResponderExcluir"[A literatura] me faz descobrir mundos que se colocam em continuidade com essas experiências e permite melhor compreendê-las. Não creio ser o único a vê-la assim. Mais densa e mais eloqüente que a vida cotidiana, (...) a literatura amplia o nosso universo, incita-nos a imaginar outras maneiras de concebê-lo e organizá-lo." (TODOROV,T. A literatura em perigo. Rio de Janeiro, Difel, 2009, pp. 23-24).
ResponderExcluirum dia eu
ResponderExcluiramei umas
pessoas
agora esqueci
amo agora
tão somente um
pequeno bem-te-vi
no céu aberto
sem questão
canta o coração
ser fragmentado
em múltiplas faces
agora um desenlace.
o último verso lembra mto manoel de barros...
ResponderExcluirÉ esta a assência da poesia. O que ainda falta ser dito e o que não foi descoberto. É um estado de autoconhecimento.
ResponderExcluirPara 'Nobile José':
ResponderExcluir- Tirante que M.Barros é vivo (2012-é, não é?), e Adolfo C.M. morreu há 5o anos (1972)...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adolfo_Casais_Monteiro
poisé albino, esse é um dos lances da poesia q curto montão.
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