23.1.12
Juan Manuel Roca: "Canción del que fabrica los espejos" / "Canção do que fabrica os espelhos": trad. Adriano Nunes
Agradeço ao meu amigo Adriano Nunes (vejam seu blog, quefaçocomoquenãofaço, em http://astripasdoverso.blogspot.com/) por me ter enviado o seguinte poema, traduzido por ele, de Juan Manuel Roca:
Canción del que fabrica los espejos
Fabrico espejos:
Al horror agrego más horror,
Más belleza a la belleza.
Llevo por la calle
La luna de azogue:
El cielo se refleja en el espejo
Y los tejados bailan
Como un cuadro de Chagall.
Cuando el espejo entre en otra casa
Borrará los rostros conocidos,
Pues los espejos no narran su pasado,
No delatan antiguos moradores.
Algunos construyen cárceles,
Barrotes para jaulas.
Yo fabrico espejos:
Al horror agrego más horror,
Más belleza a la belleza.
Canção do que fabrica os espelhos
Fabrico espelhos:
Ao horror agrego mais horror,
Muita beleza à beleza.
Levo pela rua
A lua de azougue:
O cosmo se reflete em um espelho
E os telhados bailam
Como um quadro de Chagall.
Quando o espelho adentre noutra casa
Borrará os rostos conhecidos,
Pois os espelhos não narram seu passado,
Não delatam antigos moradores.
Alguns constroem cárceres,
Barrotes para jaulas.
Eu fabrico espelhos:
Ao horror agrego mais horror,
Toda beleza à beleza.
emissário
ResponderExcluircara metade
do que ando dizendo
não vem de mim mesmo
quando estou distraído no ponto
de bala, esperando um voo ou a minha
vez ou-
tra buzina me acorda sem chacrinha
saudades valerianas devaneios ponta
do guarda
chuva barranco barraco e o mar é
lindo nessa solidão sem dinheiro pelo som
sideral maresia body action sempre
sobre o asfalto que sig
reconecto baixo visto gabarito saio saia rabo
nas presilhas de brasilia vira lata anda
luz câmara sul real ouvindo blue's tooth
broken heart people of vide gal no final
da linha é vermelha partindo meu cora
são e salvo o arquivo secreto no buraco
que um dia em fim morrerei nascuri
dão silente (quando?) sobrarão
os dentes
Cicero,
ResponderExcluirmuito obrigado, amado amigo!
Abraço forte,
Adriano Nunes
Prezado Antonio Cícero:
ResponderExcluirTomo a liberdade de enviar-lhe dois poemas do poeta Ángel González que traduzi. Forte abraço:
[ Para que yo me llame Ángel González]
Para que yo me llame Angel González,
para que mi ser pese sobre el suelo,
fue necesario um ancho espacio
y um largo tiempo:
hombres de todo mar y toda tierra,
fértiles vientres de mujer, y cuerpos
y más cuerpos, fundiéndose incesantes
em outro cuerpo nuevo.
Solstícios y equinoccios alumbraron
com su cambiante luz, su vario cielo,
el viaje milenario de mi carne
trepando por los siglos y los huesos.
De su pasaje lento y doloroso
de su huida hasta el fin, sobreviviendo
naufrágios, aferrándose
al último suspiro de los muertos,
yo no soy más que el resultado, el fruto,
Lo que queda, podrido, entre los restos;
esto que veis aqui,
tan sólo esto:
um escombro tenaz, que se resiste
a su ruína, que lucha contra el viento,
que avanza por caminos que no llevan
a ningún sítio. El êxito
de todos los fracasos. La enloquecida
fuerza del desaliento ...
[ Para que eu me chame Ángel González]
Para que eu me chame Angel González,
para que meu ser pese sobre o solo,
foi necessário um amplo espaço
e um largo tempo:
homens de todo o mar e toda terra,
férteis ventres de mulheres, e corpos
e mais corpos, fundindo-se incessantes
em um novo corpo.
Solstícios e equinócios deslumbraram
com sua luz oscilante, seus múltiplos céus,
a viagem milenar de minha carne
vencendo os séculos e os ossos.
De sua passagem lenta e dolorosa
de sua fuga até o fim, sobrevivendo
naufrágios, agarrando-se
ao último suspiro dos mortos,
eu não sou mais que o resultado, o fruto,
o que tombou, podre, entre os restos;
este que vês aqui,
tão somente este:
um escombro tenaz, que resiste
a sua ruína, que luta contra o vento,
que avança por caminhos que não levam
a nenhum lugar. O êxito
de todos fracassos. A enloquecida
força do desalento ...
Son las gaviotas, amor
Son las gaviotas, amor.
Las lentas, altas gaviotas.
Mar de invierno. El agua gris
mancha de frío las rocas.
Tus piernas, tus dulces piernas,
enternecen a las olas.
Un cielo sucio se vuelca
sobre el mar. El viento borra
el perfil de las colinas
de arena. Las tediosas
charcas de sal y de frío
copian tu luz y tu sombra.
Algo gritan, en lo alto,
que tú no escuchas, absorta.
Son las gaviotas, amor.
Las lentas, altas gaviotas.
São as gaivotas, amor
São as gaivotas, amor.
As lentas, distantes gaivotas.
Mar de inverno. A água cinza
mancha de frio as rochas.
Tuas pernas, tuas doces pernas,
enternecem as ondas.
O céu sujo tomba
sobre o mar. O vento borra
o perfil das colinas
de areia. As tediosas
lagoas de sal e frio
imitam tua luz e tua sombra.
Gritos, lá do alto,
que tu não escutas, absorta.
São as gaivotas, amor.
As lentas, distantes gaivotas.
Caro Jorge Elias,
ResponderExcluirParabéns pela escolha desses belíssimos poemas e pelas suas excelentes traduções.
Abraço
Antônio Cícero, agradeço seus comentários.
ResponderExcluirTenho muito interesse nos poetas espanhois da geração de 50 e 80.
Encontro-me realizando uma leitura dos principais autores dessas gerações. Observei que muitos são quase que desconhecidos em nosso meio. Em decorrência disso, e também como exercício, tenho procurado traduzir alguns poemas.
Fico grato pelo estímulo.
Um abraço,
Belos poemas. E este lugar é um oásis maravilhoso. Parabéns e obrigado a todos.
ResponderExcluirBelos poemas. E este lugar é um oásis maravilhoso. Parabéns e obrigado a todos.
ResponderExcluir