23.8.11

Edward Fitzgerald: XXIII do Rubayat de Omar Khayyam / trad. de Augusto de Campos




XXIII

Ah vem, vivamos mais que a Vida, vem,
Antes que em pó nos deponham também,
Pó sobre pó, e sob o pó, pousados,
Sem Cor, sem Sol, sem Som, sem Sonho – sem.


XXIII

Ah, make the most of what we yet may spend,
Before we too into the Dust descend;
Dust into Dust, and under Dust, to lie,
Sans Wine, sans Song, sans Singer, and -- sans
                                      End.



CAMPOS, Augusto. O anticrítico. São Paulo: Companhia das letras, 1986.

6 comentários:

  1. Entre os dedos que moldam a argila
    E fazem a escultura
    Um momento de sonho
    O piano em primeiro plano
    Entoa a melodia
    Na garganta, asfixia
    O trêmulo olhar, perdido
    feito uma sombra que se afasta
    em meio à chuva
    que logo será borrasca
    é só uma coincidência
    Arte ou ciência
    Estrada, entrada
    Encravada em mim
    Meu sonho é parte de mim.

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  2. Cicero,


    Grato por compartilhar!!!!

    Um poema meu:


    "ponte aérea"



    assalta-me
    um pensamento...
    veio leve
    voo com ele
    âmago e pele
    lanço-me de vez
    ao seu cerne

    será que ele serve
    ao que me proponho? o
    que ele me concede
    será que é só sonho?

    agarra-me
    um sentimento
    feito febre...
    vou com ele
    almas e pele
    mas não sei por quê
    me persegue

    como toda a vida
    será que ele é breve?
    ó guerra perdida!
    meu ser retrocede...


    Abração,
    Adriano Nunes

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  3. Coisa LINDA, AMEI!

    Beijo, meu poetósofo de marca maior!

    O blogue, como sempre, LINDO!

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  4. Um convite e tanto. Uma delícia! Abraços. Jefferson,

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  5. Cicero,


    Um poema que fiz para você:

    "Ítaca" - Para Antonio Cicero

    Quero a segurança de não sentir
    Nada, quero não ter um coração
    Para o tempo que penso, para a mágica
    Que é preciso inventar à força, dia
    Após dia, com lágrimas e cinzas,
    Entre um verso e as tais idas, à socapa,
    Às saunas, às festas, às recepções
    Públicas, como se as ilusões fossem
    A engrenagem necessária pra pose,
    Para o aceno enquanto era apenas Ítaca.

    Voltava pra casa, assustado, triste...
    Era quase um crime ter sido eu mesmo
    Em todos os momentos, ter estado
    Enlaçado à rotina do meu âmago,
    Amando os homens, a farsa possível,
    A realidade fria do sonho.
    Infinitas vezes voltei à Ítaca:
    Era preciso ter a segurança
    D'outra leve manhã, d'outra loucura,
    De não sentir mais nada, era viver.


    Adriano Nunes

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  6. Poema realmente forte, Adriano. Obrigado.
    Abraço

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