XXIII
Ah vem, vivamos mais que a Vida, vem,
Antes que em pó nos deponham também,
Pó sobre pó, e sob o pó, pousados,
Sem Cor, sem Sol, sem Som, sem Sonho – sem.
XXIII
Ah, make the most of what we yet may spend,
Before we too into the Dust descend;
Dust into Dust, and under Dust, to lie,
Sans Wine, sans Song, sans Singer, and -- sans
End.
CAMPOS, Augusto.
O anticrítico. São Paulo: Companhia das letras, 1986.
Entre os dedos que moldam a argila
ResponderExcluirE fazem a escultura
Um momento de sonho
O piano em primeiro plano
Entoa a melodia
Na garganta, asfixia
O trêmulo olhar, perdido
feito uma sombra que se afasta
em meio à chuva
que logo será borrasca
é só uma coincidência
Arte ou ciência
Estrada, entrada
Encravada em mim
Meu sonho é parte de mim.
Cicero,
ResponderExcluirGrato por compartilhar!!!!
Um poema meu:
"ponte aérea"
assalta-me
um pensamento...
veio leve
voo com ele
âmago e pele
lanço-me de vez
ao seu cerne
será que ele serve
ao que me proponho? o
que ele me concede
será que é só sonho?
agarra-me
um sentimento
feito febre...
vou com ele
almas e pele
mas não sei por quê
me persegue
como toda a vida
será que ele é breve?
ó guerra perdida!
meu ser retrocede...
Abração,
Adriano Nunes
Coisa LINDA, AMEI!
ResponderExcluirBeijo, meu poetósofo de marca maior!
O blogue, como sempre, LINDO!
Um convite e tanto. Uma delícia! Abraços. Jefferson,
ResponderExcluirCicero,
ResponderExcluirUm poema que fiz para você:
"Ítaca" - Para Antonio Cicero
Quero a segurança de não sentir
Nada, quero não ter um coração
Para o tempo que penso, para a mágica
Que é preciso inventar à força, dia
Após dia, com lágrimas e cinzas,
Entre um verso e as tais idas, à socapa,
Às saunas, às festas, às recepções
Públicas, como se as ilusões fossem
A engrenagem necessária pra pose,
Para o aceno enquanto era apenas Ítaca.
Voltava pra casa, assustado, triste...
Era quase um crime ter sido eu mesmo
Em todos os momentos, ter estado
Enlaçado à rotina do meu âmago,
Amando os homens, a farsa possível,
A realidade fria do sonho.
Infinitas vezes voltei à Ítaca:
Era preciso ter a segurança
D'outra leve manhã, d'outra loucura,
De não sentir mais nada, era viver.
Adriano Nunes
Poema realmente forte, Adriano. Obrigado.
ResponderExcluirAbraço