30.1.11

Edward Fitzgerald: LXV do Rubaiyat de Omar Khayyam: trad. portuguesa de Augusto de Campos




LXV
Inferno ou Céu, do beco sem saída
Uma só coisa é certa: voa a Vida,
E, sem a Vida, tudo o mais é Nada.
A Flor que for logo se vai, flor ida.



LXV
Oh threats of Hell and Hopes of Paradise!
One thing at least is certain - This Life flies;
One thing is certain and the rest is Lies;
The Flower that once has blown for ever dies.



CAMPOS, Augusto. O anticrítico. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.

5 comentários:

  1. O tempo e o vento
    Levam os dias
    Limam e limam
    Diamantes
    Árvores
    E cada ser (em seu contato)
    Rosas
    Belas rosas
    De púrpura as pinta
    E a mente
    Incandescente e aturdida
    Perde o fio da meada...
    Mas nada disso é tão belo
    Quanto aquela a quem venero.

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  2. Acorre-me Engenheiros do Hawaii:

    Hoje os ventos do destino
    Começaram a soprar
    Nosso tempo de menino
    Foi ficando para trás
    Com a força de um moinho
    Que trabalha devagar
    Vai buscar o teu caminho
    Nunca olha para trás

    abraço


    ai, ai, ai....

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  3. Ler Omar é fazer um brinde sempre. E sempre leio os Rubaiyat. Gosto muito. Adorei a tradução. Um abraço.
    Jefferson.

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  4. uma saída interessante.
    augusto matou a repetição para que o final do verso fechasse.
    o manuel bandeira traduziu a obra do omar. mas decerto de alguma outra tradução, né? é uma obra bonita.

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  5. saudade de seus textos aos sábados.
    saudade de seu livro, que perdi numa viagem de ônibus.
    saudade desse blog.
    outro dia, lendo drummond:

    "Noturno à Janela do Apartamento

    Silencioso cubo de treva:
    um salto, e seria a morte.
    Mas é apenas, sob o vento,
    a integração da noite.

    Nenhum pensamento de infância,
    nem saudade nem vão propósito.
    Somente a contemplação
    de um mundo enorme e parado.

    A soma da vida é nula.
    Mas a vida tem tal poder:
    na escuridão absoluta,
    como líquido, circula.

    Suicídio, riqueza, ciência...
    A alma severa se interroga
    e logo se cala. E não sabe
    se é noite, mar ou distância.

    Triste farol da Ilha Rasa."

    abrçs.

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