Câmara de ecos
Cresci sob um teto sossegado,
meu sonho era um pequenino sonho meu.
Na ciência dos cuidados fui treinado.
Agora, entre meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu.
SALOMÃO, Waly. Algaravias: cãmara de ecos. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.
O que este poema me faz lembrar Pessoa! e outro, o9 amigo dele, o Mário de Sá Carneiro:«Eu não sou eu nem sou o outro/sou qualquer coisa de intermédio/pilar da ponte de tédio/que vai de mim para o outro.»
ResponderExcluireste poema é belo!
ResponderExcluirele foi gravado no cd do Rappa. Como é interessante ver isso, um poeta junto a um grupo de música.
um abraço.
Cicero,
ResponderExcluirMaravilhoso poema de Waly! Salve!
Abraços,
A. Nunes.
Waly Salomão / Sailormoon
ResponderExcluirWaly Poeta / Letrista
Dos melhores
Saudades!
Querido Cicero,
ResponderExcluirbela entrevista. Segue um soneto ainda na linha da onda espinozista...
Desejas durar: tudo te sustenta,
não passas de uma mosca para o mundo,
e, da mosca, és o próvido e fecundo
alimento em que tudo se alimenta;
temes a morte: o mar em ti arrebenta
o sal fatal de seus fósseis profundos,
o mar em ti arrebenta os iracundos
murros contra o deserto que te enfrenta;
temes a morte:toda a imensidão
do espaço sentencia que não passas
desta mosca assustada pela mão;
desejas durar: pairas entre a ameaça
e o estupor de saberes ser um grão
de areia a mais no mundo que te abraça.
Abraços,
Marcelo Diniz
Cicero,
ResponderExcluirUm poema novo:
"mínima luz"
enquanto penso
o verso, aguento
esse momento
de branco imenso.
a rima rege
a forma. elege
o ritmo, a métrica.
(que imagem pétrea!)
à margem, teço
outro começo,
à vez me entrego:
mal amanheço
e vingo cego.
que quer meu ego?
Abraço fraterno,
Adriano Nunes.
isso é tão humano!
ResponderExcluirbjo
oi
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