Azul
O vento no canavial
as moças com seus vestidos de verão,
e a nuvem – grandes cúmulos
na pura duração do azul.
O poeta Keats sabia que um coisa bonita
é uma alegria para sempre.
A vida é uma sucessão de imagens
a alegria de belas imagens
guardadas na memória:
– o vento no canavial,
as moças com seus vestidos de verão,
e as nuvens - grandes cúmulos brancos
na pura duração do azul.
DOBAL, H."Novos poemas".
Poesia reunida. Edição comemorativa dos 80 anos do poeta. Teresna PI: Plug Propaganda e Marketing Ltda., 2007.
Amado Cicero,
ResponderExcluirBelo poema! Quero deixar explícito aqui que o vencedor do Prêmio Camões 2010 foi Ferreira Gullar! Salve o grande poeta!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Um poema meu:
"Adorno"
adoradoradoradoradoradoradorador
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adoradoradora
adoradora
a d o r a
a
d o r
a
d o r
a
m e
a
d o r
a
d o r
n a
m e
Forte abraço,
Adriano Nunes.
Azul da alegria do que na memória se guarda. São estas imagens que seguem e rodeiam o poema, dando movimento particular.
ResponderExcluirMuito bonito!
Gosto dessa alusão que pode ser feita entre as postagens de um blog; quando o poema se refere ao poeta Keats, remeti-me de imediato ao poema do escritor inglês que você postou aqui. Muito bacana.
Um abraço, Cicero.
Jefferson.
Cicero,
ResponderExcluirparece que estou numa tarde de lindos azuis. Este aqui, o do romance que lia há pouco, o do conto que reescrevo há dias.
Obrigada por mais um poema tão doce e arejado.
Beijo.
Cícero,
ResponderExcluirque poema maravilhoso! Não conhecia o autor. Obrigado por nos dar mais essa pérola de presente!
Deixo aqui um poema da última safra:
"Aviso"
Atenção:
Meu tolo coração não
Está preparado para
Suportar tal solidão,
Não quer assim se dar à
Vida de cada batida,
À valsa de despedida.
Portanto, apressa-te e vem!
Repara que mais nnguém
É como és e apenas eu
Sei ser plenamente teu.
Abraço,
Mateus.
"uma coisa bonita
ResponderExcluiré uma alegria para sempre."
maravilhoso...
Beijo
ResponderExcluirOs prédios sendo erguidos
Ao meu redor
Dizem-me coisas que já sei
De cor
Andaimes, pregos, batidas,
Poeira, trabalho, vidas,
Circundam-me de telas
Inundam-me de teias
Tantos olhos e não vejo nada
Que me acalme
Ergue-se o andaime
Cerca de arame
Ao longe os sinos batem
Mancando o tempo
Quem sabe um novo templo
vejo um vaso lindo
as rosas que o embelezam
a natureza e suas virtudes
e, sonho, sonho sonho,
Com o que mais almejo
teu beijo.
oi cicero,
ResponderExcluirbelo poema esse do Dobal.Eu me orgulho muito de viver na mesma cidade desse grande poeta, Tresina.
Só pra lembrar, você esteve aqui no Salão do livro do Piaui-salip. Vi sua palestra. Amei
Cicero
ResponderExcluirUm poema que fiz para você:
"Ai, da minh'alma carente!" - Para Antonio Cicero.
Outra noite tensa... intensa.
Em que meu cérebro pensa
Numa hora dessas? Só a vida
Vê-se agora dividida
Entre tudo e nada. A noite
Parece sem fim, de açoite,
Parece uma amante atenta.
O amor de que se alimenta?
Ai, da minh'alma carente
Restam raspas! Quem a sente
Sabe que nada a completa.
Praga ou graça? Sou poeta!
Forte abraço,
Adriano Nunes.
"o pão azul de cada dia" (neruda)
ResponderExcluir"azulcinação" (gullar)
veja este, cícero, do duda machado, surpreendente...
BREAKFAST
manhã azulcrinando o céu de meus sentidos
***
além, é claro, de:
"you know its shimmering artificial blue
has been delivered by the deepest ocean."
abç.
Cicero,
ResponderExcluirUm soneto meu:
"Soneto LXXVIII"
Era haver o dia, o vento a
Derrubar portas, ter a
Vida num barco, sem mera
Matéria, pessoa à-toa,
Brindar ao tempo, sentir
Tudo, saber mudar a
Azáfama, roda-rara,
Trama dos astros, sem ir-
Reais taras, sem a morte
A pôr medo, natural-
Mente. Era provocar tal
Deus ou demônio mais forte:
O amor! Para alguns, um mal.
Pra mim, algo sem igual.
Abração,
Adriano Nunes.
Antonio,
ResponderExcluirUm poema recente:
"Através da vidraça" - Para Ledo Ivo.
Chove voraz. A vida
Não vacila. A cidade
Mergulha no caos. De
Açoite, a noite, é tida
Através da vidraça.
A rua, gota a gota,
Vai-se tornando rota.
O gesto tudo embaça.
Transita tanta gente
Às pressas. Essa chuva
É turva, oblíqua, curva, a-
Briga-se diferente
Em meu verso. Talvez,
Não vocifere o vento
Por minha voz. Invento-o
Em silêncio, de vez.
Tod'água continua
Caindo do céu. Tudo
Despe-se do azul do
Firmamento, na rua.
A alegria se esconde
Agasalhada em lata
D'água - Cascata nata
Sobre o telhado de
Casa - no grito da
Criançada, babel
De sonhos. No papel,
A vida plena, toda.
Bejos,
Cecile.
o poema é uma alegria para sempre...
ResponderExcluirmeu amor,
ResponderExcluirvocê, SEMPRE, arrebentando!!
que linhas LINDAS, quanta delicadeza, que doçura neste olhar poético...
AMEI!!
(é sempre muito bom aparecer aqui, no "acontecimentos". é sempre enriquecedor. você contribui para o meu aprimoramento, e me sinto realmente feliz por isso, feliz por ser assim, exatamente assim: você a contribuir para o meu amadurecimento.)
beijo ENORME!!
Obrigado, Paulinho! Eu é que fico feliz quando você aparece.
ResponderExcluirBeijo
Um amigo viu e me mandou o link agora há pouco. Eu fui atrás sem saber o que era. Foi uma emoção forte reencontrar meu pai assim por acaso em inusitada companhia e em tão bela aparição/imagem/poema (merci !).
ResponderExcluirEm junho de 2010 dei seu texto sobre o Hockney, publicado no 8x fotografia, para os alunos da UnB lerem.
Gostei também dessa coincidência, ou involuntária sincronia, descoberta agora meses depois.
Cordial abraço,
Susana Dobal
Prezada Susana,
ResponderExcluirFico feliz com essas felizes coincidências.
Abraço,
Antonio Cicero