1.4.10

Régis Bonvicino: "Este poema"




Este poema


Este poema
não chama a atenção
é igual a milhares –
sequer por um momento

ilustra, apático, o passado
caça moscas
paga juros
não tem saco aéreo

víboras, ratos,
ladrões desprezam seu túmulo
uivam lobos de pelúcia
não tem futuro

é abelha cega com sua parelha de óculos
sua língua não é uma esponja
suas antenas farejam Drummond
não enxerga no escuro

não cria inimigos
não morre depois do ataque
não tem farpas
tolera o mundo



2009

11 comentários:

  1. Este comentário

    este comentário
    é igual a milhares
    não é engraçadinho
    não tem nenhuma sacada
    não tem erudição nenhuma
    se limita a dizer que eu gostei
    e fiquei feliz de ter lido
    boa tarde, Régis Bonvicino

    ResponderExcluir
  2. PERGUNTA PARA RÉGIS BONVICINO

    de que se ressente
    este teu falso poema
    que se mente e se desmente?

    ResponderExcluir
  3. Cícero,
    Como é bom rolar os olhares e encontrar sem procurar uma pessoa querida. Não poderia passar sem deixar um simples comentário e um abraço.
    Muito bom ter achado esse seu espaço.

    Helio Thompson

    ResponderExcluir
  4. Helio,

    que bom você passar por aqui! Seja sempre bem-vindo!

    Abraço grande

    ResponderExcluir
  5. PERGUNTA PARA ANTONIO CÍCERO

    o que é um falso poema ?

    ResponderExcluir
  6. Jarbas,

    que sentido teria responder a uma falsa pergunta?

    ResponderExcluir
  7. Os Poemas

    Os poemas são pássaros que chegam
    não se sabe de onde e pousam
    no livro que lês.
    Quando fechas o livro, eles alçam vôo
    como de um alçapão.
    Eles não têm pouso
    nem porto
    alimentam-se um instante em cada par de mãos
    e partem.
    E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
    no maravilhado espanto de saberes
    que o alimento deles já estava em ti...


    Mario Quintana

    ResponderExcluir
  8. Obrigado pela lição, Mestre.

    ResponderExcluir
  9. Logo pela manhã
    Ao som da chuva fina caindo
    Vejo o botão se abrindo
    Tão belo e branco
    Feito o gelo, alma partida
    Linda a flor da azaléia
    Vem vindo a primavera
    Os ares e olhares perseguindo
    a forma perfeita
    receita? Será que há?
    Escondida ou perdida
    No altar, em Gibraltar
    No mar, em qualquer lugar
    Estaria nesse olhar
    Que não cessa de me embriagar?

    ResponderExcluir
  10. Diante desse poema é que às vezes me pergunto:

    Não está na hora de se descer dos muros?

    ResponderExcluir
  11. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir