Quase se disse quase
Quase se disse quase
sobre os joelhos sob os muros
quase os dedos no murmúrio lento
quase na ferida a ferida lábio e língua
e foram dois na muralha sem cavalos
folha a folha deitados sob a sombra
e o verde crespo do sexo na boca
o esplendor obscuro entre as pernas claras
e foram um só na pedra branca
pela língua interior da terra e da folhagem
ROSA, António Ramos.
As marcas no deserto. Lisboa: & Etc, 1978.
Que belo poema! A sensualidade certeira vibra...
ResponderExcluirAdorei a leitura. Ramos Rosa deliciando sempre ;-)
Abraços.
Jefferson.
"quase que é como um fio de vida entre o pensante e o pensado"
ResponderExcluirCarolina Platero, aqui mesmo, tempos atrás...
observador,
ResponderExcluirsou cativa de antónio ramos rosa, por poemas assim e para sempre!
belo verso, grande post!
um beijo.
Cicero,
ResponderExcluirBelo poema!
Um poema novo meu:
"Esta noite" - Para W. Rodrigues.
Esta noite. Ou nenhuma
Outra. Loucura
Sem igual.
O amor é mais forte?
Que me importa
Saber?
Uma dose ou todas
Aquelas lembranças?
Tudo gira. Céu,
Carrossel, vitrola,
Roleta-russa,
Ciranda.
Ninguém precisa ouvir
Meu grito
Ou compreender nada.
Pensei até em chorar.
Gravidade?
Gratidão...
Outrora lágrimas
E chantagem sem graça
Alguma. Alegria
É poder revelar
O meu coração.
Satisfeito?
Grande abraço,
Adiano Nunes.
Entre as encostas
ResponderExcluirPelas madrugadas solitárias
Quase sinto o seu perfume
Quase ouço sua voz
Quase vejo o teu lume
Minto, perco-me no labirinto
A um passo de ti
Alguns quasares, lugares
Empresto do mar algumas ondas
Que me levem
Para onde seja a poesia
Nosso pão de cada dia.
Um quase com jeito de tarefa cumprida!
ResponderExcluirDELÍCIA, ADOREI!!
ResponderExcluirmuito sensual, muito libidinoso, provocante, tudo de bom!!
beijú, anjú!!