A praia
Naquele tempo, o amor era um rio vertical
quando o corpo o bebia como uma boca marinha.
Os relógios não sabiam que suas espadas
contavam os mortos de cada farol, de cada
promessa, e que o tempo era só essa miragem -
a sede adiada da verdade. Ela perguntava:
"Você me ama ainda?", e tudo tremia
como um mapa de areia num barco de sal,
como um fogo esquecido na gruta do mar.
Às vezes, dizia: "Você nunca amou ninguém,
não sabe que o amor é uma coisa viva..."
Mas não via que o amor era o naufrágio
que alcançara a mesma praia
onde agora explodia a tempestade.
LEAL, Weydson Barros.
A quarta cruz. Rio de Janeiro: Topbooks, 2009.
Intenso, Cícero.
ResponderExcluirBonito mesmo.
Não costumo fazer isso porque não fico confortável, mas vou postar um poema aqui. Se você puder me dizer o que achou ficarei feliz.
Grande Abraço!
Aí vai:
A mesma cor
A mesma cor se repete,
incessante,
sem que eu possa interferir.
Nem ventos, nem folhas
caindo, caídas,
nem janela aberta
pro dia carecem
da minha opinião.
Talvez a vida
nos seja apenas
um grito
ao pé do ouvido.
Obrigado, Robson, gostei do seu poema. Parabéns.
ResponderExcluirAbraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIntenso e cortante feito... saudade.
ResponderExcluir:)
Fonte urgente e circunstancial.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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