19.11.09
Jorge Luis Borges: "Los justos"
Los justos
Un hombre que cultiva su jardín, como quería Voltaire.
El que agradece que en la tierra haya música.
El que descubre con placer una etimología.
Dos empleados que en un café del Sur juegan un silencioso ajedrez.
El ceramista que premedita un color y una forma.
El tipógrafo que compone bien esta página, que tal vez no le agrada.
Una mujer y un hombre que leen los tercetos finales de cierto canto.
El que acaricia a un animal dormido.
El que justifica o quiere justificar un mal que le han hecho.
El que agradece que en la tierra haya Stevenson.
El que prefiere que los otros tengan razón.
Esas personas, que se ignoran, están salvando el mundo.
Os justos
Um homem que cultiva seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sur jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acaricia um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão salvando o mundo.
BORGES, Jorge Luís. "La cifra". Obras completas II. Buenos Aires: Emecé, 1989.
Grande Cicero,
ResponderExcluirMuito maravilhoso! Obrigado pela postagem!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Gosto muito e JLBorges e tenho a obra completa dele.Gostava de saber de quem é a tradução.É sua, como suponho?
ResponderExcluirAbraço
Que texto..
ResponderExcluir, essa é doce e genial
"O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade."
Assisti uma palestra sua em Vitória,..
... acompanho teu trabalho desde as canções,
Obrigado
Amélia,
ResponderExcluiré minha, mas inteiramente literal. No caso desse poema, não vejo como ele poderia ser traduzido com outras palavras sem deixar de ser o que é. Em outras palavras, não mereço nenhum crédito por essa tradução.
Abraço
Sublime.
ResponderExcluirMuito grato, Cicero.
Ano passado cumprimentei amigos(passagem do ano) com este poema. Ele passa uma mensagem de paz entre os homens...É lindo!
ResponderExcluirTambém os poetas...
ResponderExcluiròtimo! grazie! sempre extraordinario o cardapio do restaurante acontecimentos. abraço,
ResponderExcluirCicero,
ResponderExcluirUm poema para você:
"Arquivo vivo" - Para Antonio Cicero.
Na estante, tudo
Que quero: o mundo,
O mais profundo,
Imóvel, mudo,
Quase um poema.
(Que verso salvo?)
Em mira o alvo:
Vida suprema!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuy lindo. Adoro vir aqui colecionar suas postagens poéticas!
ResponderExcluirMuito obrigado, Adriano. Gostei muito.
ResponderExcluirAbraço
Nunca tinha lido esse poema do Borges. É divino, ou melhor, muito, muito humano, naquilo que há de melhor em nós, sem ignorar nossa necessária e instintiva força de bicho. Versos que nos capacitam às estrelas, fecundante abismo da criação. Salva o mundo, e alimenta o meu dia. :)
ResponderExcluircicero,
ResponderExcluirbom ver e ler " los justos".a interpretação de certo "pensamento judaico" de que de tempos em tempos
"santos homens " nascem e impedem que Deus envie outro dilúvio.é jorge luis borges via nelson ascher ( em uma conversa em abril de 1987 )
@h!br@ços,
tadeu filippini
p.s. enviei email..sou eu.." tadzio"