19.9.09
Rainer Maria Rilke: "Pont du Carrousel"
Pont du Carrousel
O homem cego parado na ponte,
marco cinza de anônimo país,
talvez seja o que é sempre igual a si,
o eixo que ao horóscopo se absconde,
centro fixo do céu que em torno gira.
Pois tudo em volta erra e corre e brilha.
Ele é o inamovível integral
postado entre os caminhos mais erráticos;
sombria entrada a um mundo subterrâneo
em meio a um povo superficial.
Pont du Carrousel
Der blinde Mann, der auf der Brücke steht,
grau wie ein Markstein namenloser Reiche,
er ist vielleicht das Ding, das immer gleiche,
um das von fern die Sternenstunde geht,
und der Gestirne stiller Mittelpunkt.
Denn alles um ihn irrt und rinnt und prunkt.
Er ist der unbewegliche Gerechte,
in viele wirre Wege hingestellt;
der dunkle Eingang in die Unterwelt
bei einem oberflächlichen Geschlechte.
RILKE, Rainer Maria. "Das Buch der Bilder II". Sämtliche Werke. Frankfurt am Main: Insel Verlag, 1955.
Lindo poema. A tradução é sua? Adoro Rilke e seu blog.
ResponderExcluirObrigado, Marília.
ResponderExcluirSim, a tradução é minha.
Cícero,
ResponderExcluirBelíssimo! Rilke! Rilke! Cicero! Cicero!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAntonio,
ResponderExcluirhá aqui no Brasil algum livro que tenha a grande maioria dos poemas de Rilke traduzidos? Se houver, diga-me qual, pois tenho pretensão de adquiri-lo. Possuo apenas "antologias" simples, com alguns poemas e um livro de cartas, também simples.
Um poema meu:
"Dos leões"
O verso na cova dos leões.
O verso na cova
O verso na cova
Na dos leões
Dos leões
Dos leões
Só ossos
Só restos
Só retalhos
Nenhum ruído
O que mais temer?
Bejos,
Cecile.
Cecile,
ResponderExcluira grande maioria não creio; mas há, por exemplo, o livro de traduções do José Paulo Paes (RILKE, R.M. Poemas. São Paulo: Companhia das letras, 1993) e o livro de Augusto (CAMPOS, Augusto de. Coisas e anjos de Rilke. São Paulo: Perspectiva, 2001).
Beijo
Antonio,
ResponderExcluirmuito grata! Hoje mesmo tentarei adquiri-los, via internet!
Grande beijo,
Cecile!
Prezado Antonio Cicero, permita-me a traição:
ResponderExcluirO homem cego repousa sobre a ponte - nação sem nome - como um ponto cinza. Ele é talvez a coisa sempre igual -- longínquo vai junto à hora estrelada; e o rosto
fulcral ponto
sossegado; pois tudo perto dele erra e esvai e escorre...
É o rejustificado
ele
silêncio
na obscurecida entrada do submundo superficial
a uma raça em meio...
grato...