.
Não há nada insignificante no mundo. Tudo depende da maneira de olhar as coisas.
Es gibt nichts Unbedeutendes in der Welt. Es kommt nur auf die Anschauungsweise an.
De: Goethes Gespräche. Herausgegeben von Woldemar Freiherr von Biedermann, Band 1-10. Leipzig 1889-1896.
Cicero,
ResponderExcluirÓtimo!
Abraços,
Adriano Nunes.
tiro certeiríssimo!
ResponderExcluiramei as linhas!
beijo, grande e querido!
Caro Antonio Cícero,
ResponderExcluirEstes filosofemas de Goethe, fizeram-me lembrar o poema de Eugénio de Andrade:
CADA COISA
Cada coisa tem o seu fulgor,
a sua música.
Na laranja madura canta o sol,
na neve o melro azul.
Não só as coisas,
os próprios animais
brilham de uma luz acariciada;
quando o inverno
se aproxima dos seus olhos
a transparência das estrelas
torna-se fonte da sua respiração.
Só isso faz
com que durem ainda.
Assim o coração.
in O Sal da Língua, edição Fundação Eugénio de Andrade, Novembro,1995
Obrigado por mais esta sua postagem.
Domingos da Mota
Belo, belo. Primeira vez que vejo a noção de paradigma num poema (isto é um poema, Cícero? Ou depende da maneira de ver as coisas?!). E direto do alemão!! Abraço, meu caro.
ResponderExcluirA sinfonia
ResponderExcluirPor acaso, percebo
A chuva
Os sinos
(o barulho do carro)
O passarinho
Lindo esse enredo
Um belo momento
Um corte de bolo
(um cheiro)
Que eu saboreio.
Prezado Cícero,
ResponderExcluirConcordo integralmente. Tenho um poema que diz assim.
Quase tudo
traz em si
um entretanto
e tem um jeito
quase santo
quando olhado
sem descaso
ou preconceito:
o cachorro curioso
cheira o pássaro morto;
o senhor de terno
toma sorvete;
a moça sem dente
pinta o cabelo;
o mendigo lê a carta
na calçada...
São sagrados
muitos fatos
do dia-a-dia
se percebemos
sua poesia.
Perfeito !
ResponderExcluirC.
Cícero, notei que o meu comentário anterior começa assim: "Belo, belo". Isso me lembrou Manuel Bandeira (cê gosta dele? Eu sim, muito) que, se não me engano, escreveu dois poemas com este título (ou há a expressão "belo belo" em dois de seus poemas, não lembro direito agora).
ResponderExcluirDaí, lembrei que ele traduziu Goethe também. E divido com você e com todos os comentaristas deste recinto uma questão em que sempre penso: Traduzir um poema, sobretudo um poema com métrica "inflexível", não é, em certa medida, COMPOR um outro poema?
Abraço!
ORIKI DE OGUN
ResponderExcluir"Oní kòtò nilé Ògun
Àwúre dúró do onijà...
Oní Kòtò oní kòtò nilé Ògún
Àwúre dúró do onijà...
E àwúre dúró do onijá
Àwúre dúró do"
(Senhor q faz brigar na arena os animais;
Senhor cuja casa é a arena, nos
traga boa sorte;
E pare, cesse a briga, nos traga boa sorte e pare;
Cesse a briga, nos traga boa sorte e pare a briga, Ogun!).
================
Avante, Cícero!
Axé!
Não há nada insignificante no mundo. Ainda mais quando se entende, num átimo e pra sempre, o indizível significado da palavra [sagrado]. Tudo depende da maneira de olhar as coisas. E da humana miopia. E de persistir. Pois não é bem olhar, é ver. Proponho, então, uma interpretação abreviada dessas duas linhas retas em três tortas.
ResponderExcluirNada é à-toa
Quando em meus olhos
Tudo coa
Emerson,
ResponderExcluirde certo modo, é. Por isso Haroldo chamava a tradução de poesia de "transcriação".
Abraço