5.5.09

Yves Bonnefoy: "L'imperfection est la cime" / "A imperfeição é o cimo"

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A imperfeição é o ápice


Ocorria ser preciso destruir e destruir e destruir
Ocorria só haver salvação a esse preço

Arruinar a face nua a surgir do mármore,
Martelar toda forma toda beleza.

Amar a perfeição por ser o limiar,
Mas negá-la assim que conhecida, esquecê-la morta,

A imperfeição é o ápice.




L’imperfection est la cime


Il y avait qu'il fallait détruire et détruire et détruire,
Il y avait que le salut n'est qu'à ce prix.

Ruiner la face nue qui monte dans le marbre,
Marteler toute forme toute beauté.

Aimer la perfection parce qu'elle est le seuil,
Mais la nier sitôt connue, l'oublier morte,

L'imperfection est la cime.



De: BONNEFOY, Yves. "Hier regnant désert". Du mouvement et de l'immobilité de Douve suivi de Hier régnant désert. Paris: Gallimard, 1970.

11 comentários:

  1. para que tanta poesia?

    meu pensamento indaga

    com sua mania cartesiana

    questionando tudo

    criticando tudo

    enquanto meu coração

    repleto de linguagem

    não pergunta nada

    e dá-se inteiro

    (sagração ou heresia)

    ao exercício elevatório

    da linguagem poesia

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  2. belezas

    tudo que eu tenho são belezas

    belezas que o homem cria

    belezas cria a natureza

    enfim

    o amor

    é a beleza

    em mim

    nada vai ter fim

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  3. A imperfeição é preciso, pois ela é o sensível.A perfeição é um fruto ingerido, apenas. A imperfeição é o fruto saboreado. A perfeição é fria, pronta,objetiva, inumana.A humanidade é alcançada num movimento pós-perfeito e não pré-perfeito.É a salvação.O perfeito é insuportável.

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  4. Preciosa poesia. Posso reproduzir o poema com uma chamada para o seu blogue?

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  5. o tosco é o sumo,
    soma do que sobra,
    caco sem prumo,
    pau pra toda obra.

    o tosco é o quase
    mais que perfeito,
    que do poeta vaza
    como seu melhor defeito.

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  6. Cicero,
    Como se pronuncia o nome do autor desta obra-prima?

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  7. incessante cruzamento
    entre a perfeição
    e a imperfeição.

    Um abraço.
    Jefferson

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  8. Cicero,


    Meu novo soneto...maio, mães, meu mês também... rsrsrs..quase no final.

    "SONETO MATERNO"



    Concebeste-me em esperanças.
    Convenceste-me dessa vinda
    À vida, que adianta ainda
    Ver, à luz do verso, o que lanças


    Com tua voz, ao que em nós dois
    Desfeito foi no fim do parto,
    O que com ninguém mais reparto,
    O vínculo visto depois,


    Transformando-se em amizade,
    Amor único, verdadeiro,
    Que nos envolve e nos invade,


    Prendendo-nos num cativeiro
    De puro afeto, felicidade
    Infalível, laço caseiro.


    Abraço fraterno,
    Adriano Nunes.

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