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Rosa, ó pura contradição, prazer
de ser o sono de ninguém sob tantas
pálpebras.
Rose, oh reiner Widerspruch, Lust,
Niemandes Schlaf zu sein unter soviel
Lidern.
De: RILKE, Rainer Maria. "Poemas esparsos e póstumos (1906-1926)". In: Poemas. Seleção, tradução e introdução de José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras: 1993.
Caro Cicero,
ResponderExcluirreza a lenda que esses versos foram escritos por Rilke para seu próprio epitáfio. Seria mesmo verdade?
Há muitos anos esse poema me acompanha, e foi o leitmotiv de meu primeiro filme, "uma rosa é uma rosa", de 1990.
abraço,
Dado
ps. você recebeu o livro que enviei?
Dado,
ResponderExcluirrecebi seu livro sim. Estou há dias para lhe dar parabéns e dizer que gostei muito, mas ando tão desorganizado, com tantos compromissos, que me esqueço. Mas não é tarde para dizê-lo: é um belo livro.
Quanto ao poema do Rilke, não é lenda o que dizem. Na edição da Insel Verlag das obras de Rilke uma nota diz: "No seu testamento de 27 de outubro de 1925 o poeta destinou esses versos ao seu epitáfio. Eles se encontram na sua lápide na velha igreja em Raron (Wallis, na Suiça)".
Abraço
Caro Cicero,
ResponderExcluirbonita lembrança! A tradução do Bandeira, ao invés de "prazer", usa uma palavra finessecular ainda mais próxima do alemão: "volúpia".
Abraço,
André
³ Epitáfio de Rilke, excerto de Les Roses:
ResponderExcluirRosa! Oh Pura Contradição! [Razão Pura: Kant, grande Aliado e Opositor de Rilke]
Fascínio em ser o Sono de Ninguém,¹ [versus Sono Dogmático, Kant. Ninguém = Solidão]
sob tantas coberturas.
¹ Quintela, se minha memória não falha, o grande tradutor português, se equivoca ao traduzir "Lust" por Delícia, e o muito bom Paulo Paes, é certo, que estou com a tradução dele em mãos, se equivoca em traduzir esta palavra por "prazer", mero prazer,ainda mais sem a letra maiúscula, que remete diretamente às Ideias, neste poeta-filosofo reconhecidamente neoplatônico. Prazer e Delícia são diretamente do corpo. Rilke é alma (1), e depois corpo (2), distinção das mais elementares e necessárias de Platão. Fascínio, remete a (1) alma e a (2) corpo, mais afim da Ideia, como um transcendental imanente, em oposição ao transcendental ideal de Kant (Razão Pura). Volúpia é do próprio Bandeira. rs =)
Cade? =)
ResponderExcluirhttp://prosaempoema.wordpress.com/tag/rainer-maria-rilke/