10.3.09

Domingos da Mota: "Muros"

.


MUROS

Vivemos a dois
passos, tão distantes, com
muros de silêncio

de permeio.
Os muros altos, farpados,
arrogantes.

12 comentários:

  1. Um texto conciso e que abre muitas possibilidades de leitura (muros). Muito bom! Lindo poema!

    Abraços.
    Jefferson

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  2. Cícero, cada vez gosto mais dos poemas de Domingos da Mota (que conheci aqui, no seu blog).

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  3. maravilha de poema!

    tão pertos e tão distantes por conta dos muros de silêncio, farpados, arrogantes... que imagens belas para dar significado a tantas coisas envolvidas numa relação como esta...

    adorei!

    beijo!

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  4. Cicero,


    Parabéns pela postagem. O poema de Domingos da Mota é belo, uma preciosidade.


    Abraço forte!
    Adriano Nunes.

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  5. Ah a doce arte de dizer tanto com poucas letras... Dá-lhe Domingos!
    Parabéns!!!beijos poéticos,

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  6. tantas palavras. qual é mesmo a serventia?

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  7. Antonio,


    Belo poema! Quantos muros?


    ***MOTIVO*** (PARA ADRIANO NUNES)


    Entre meus pensamentos, vibra o teu
    Sentimento mais lindo, o teu poema
    De menino delicado, sonho apenas
    De bardo dedicado, de mil eus.


    Entre esses versos vãos, vive meu ser
    Sequestrado por ti, sem coração,
    Sentenciado assim: por que razão
    Devo a ti devolver a luz pra ver


    Todos os teus sonetos devastarem
    Minha contemplação? Minha alegria
    Frágil e frustrada? Desvantagem


    Distorcida, despida, que viria
    Descobrir o meu mundo, sem viagem,
    Sem voltas, sem os véus da Poesia.


    Beijos,
    Cecile.

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  8. Caro poetósofo Antonio Cícero,

    Agradeço-lhe muito o ter colocado este meu poema "Muros" no seu blog.
    E aproveito, se me permite, para agradecer os comentários de Jefferson Bessa, Janaina Amado,
    paulinho assunção (cujo blog acompanho e de cujo primeiro livro que li, por indicação de João Barrento, foi o seu "Pequeno tratado sobre as ilusões", uma autêntica delícia literária), e de Adriano Nunes.
    Caro António Cícero, comecei ontem a ler, mas é uma leitura que requer uma outra disponibilidade mental, o seu recente livro publicado aqui em Portugal pela editora Quasi,"O Mundo desde O Fim".
    Dado que também tirei o curso de filosofia,tem-me sido um modo original e profundo de voltar a Descartes.
    Obrigado por tudo,

    Domingos da Mota

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  9. Soliloquio del Farero

    Cómo llenarte, soledad,
    sino contigo misma.

    De niño, entre las pobres guaridas de la tierra,
    quieto en ángulo oscuro,
    buscaba en ti, encendida guirnalda,
    mis auroras futuras y furtivos nocturnos,
    y en ti los vislumbraba,
    naturales y exactos, también libres y fieles,
    a semejanza mía,
    a semejanza tuya, eterna soledad.

    Me perdí luego por la tierra injusta
    como quien busca amigos o ignorados amantes;
    diverso con el mundo,
    fui luz serena y anhelo desbocado,
    y en la lluvia sombría o en el sol evidente
    quería una verdad que a ti te traicionase,
    olvidando en mi afán
    cómo las alas fugitivas su propia nube crean.

    Y al velarse a mis ojos
    con nubes sobre nubes de otoño desbordado
    la luz de aquellos días en ti misma entrevistos,
    te negué por bien poco;
    por menudos amores ni ciertos ni fingidos,
    por quietas amistades de sillón y de gesto,
    por un nombre de reducida cola en un mundo fantasma,
    por los viejos placeres prohibidos,
    como los permitidos nauseabundos,
    útiles solamente para el elegante salón susurrado,
    en bocas de mentira y palabras de hielo.

    Por ti me encuentro ahora el eco de la antigua persona
    que yo fui,
    que yo mismo manché con aquellas juveniles traiciones;
    por ti me encuentro ahora, constelados hallazgos,
    limpios de otro deseo,
    el sol, mi dios, la noche rumorosa,
    la lluvia, intimidad de siempre,
    el bosque y su alentar pagano,
    el mar, el mar como su nombre hermoso;
    y sobre todo ellos,
    cuerpo oscuro y esbelto,
    te encuentro a ti, tú, soledad tan mía,
    y tú me das fuerza y debilidad
    como el ave cansada los brazos de la piedra.

    Acodado al balcón miro insaciable el oleaje,
    oigo sus oscuras imprecaciones,
    contemplo sus blancas caricias;
    y erguido desde cuna vigilante
    soy en la noche un diamante que gira advirtiendo a los hombres,
    por quienes vivo, aun cuando no los vea;
    y así, lejos de ellos,
    ya olvidados sus nombres, los amo en muchedumbres,
    roncas y violentas como el mar, mi morada,
    puras ante la espera de una revolución ardiente
    o rendidas y dóciles, como el mar sabe serlo
    cuando toca la hora de reposo que su fuerza conquista.

    Tú, verdad solitaria,
    transparente pasión, mi soledad de siempre,
    eres inmenso abrazo;
    el sol, el mar,
    la oscuridad, la estepa,
    el hombre y su deseo,
    la airada muchedumbre,
    ¿qué son sino tú misma?

    Por ti, mi soledad, los busqué un día;
    en ti, mi soledad, los amo ahora.

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  10. domingos da mota,

    na verdade, o paulinho que escreveu o comentário acima não é o assunção, e sim o sabino. não sou o responsável pelo texto citado por você.

    de qualquer maneira, fico feliz em saber que o autor do poema gostou do meu comentário.

    abraço grande.

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  11. O que mais achei interessante no poema foi a quebra de estrofes construída por meio do enjambement: "silêncio // de permeio".
    A divisão "subjetiva" dos sujeitos é construída "fisicamente", no poema, pela separação das palavras na frase.
    Só faz isso poetas que conhecem do negócio.

    Abbracci,

    Paulo de Toledo

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  12. Caro António Cícero,

    Permita-me que aproveite o seu blog para continuar a agradecer a todos aqueles que leram e com os seus comentário enriqueceram este meu poema "Muros".
    E particularmente para pedir desculpa ao paulinho sabino, que de facto confundi com o paulinho assunção (mas sem retirar uma vírgula que seja sobre o que disse sobre o paulinho assunção, um escritor de que muito gosto e que acompanho também no seu blog).
    Obrigado por tudo,

    Domingos da Mota

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