No ano passado, Daniel Hanai me convidou para participar da Mostra Sesc de Artes de 2008, criando um texto para o projeto "Poesia em Concreto", cujo objetivo, que foi cumprido, era "invadir algumas das instalações das unidades do SESC com poemas plotados em paredes feitas de concreto liso, fazendo um trocadilho com a poesia-concreta". Enviei-lhe o seguinte poema, que foi devidamente "concretizado":
E se o poema opaco feito muro
te fizer sonhar noites em claro?
E se justo o poema mais obscuro
te resplandecer mais que o mais claro?
.
AMADO CICERO,
ResponderExcluirLINDO LINDO DEMAIS!!!!!!!! PODERIA ESTAR NO SEU NOVO LIVRO!!!!!
ABRAÇO FORTE!!!
ADRIANO NUNES.
é como eu me sinto exatamente agora.
ResponderExcluirme socorre dessa emencidsao.
Caro Cícero,
ResponderExcluirme fez lembrar o que leminski disse certa vez acerca da relação entre a palavra e o sentido... mais ou menos isso: "um poema não é como um conto ou romance. Estes são transparentes, deixam o olhar passar até o sentido. Na poesia, não. O olhar pára nas palavras."
O que lhe parece essa idéia da impenetrabilidade da palavra poética? Não seria algo redutor, já que a poesia não tem necessariamente uma essência? Ou tem?
forte abraço!
Oi Cicero,
ResponderExcluirAchei muito interessante o uso da palavra-rima. Me fez lembrar de Dante, que rimava pedra com pedra. Pedra que, por sua vez, tem tudo a ver com concreto e muro. Mas nesse poema você fez algo inesperado e rimou claro com claro. A palavra-rima nesse caso não representando necessariamente um impasse mas representando a idéia fixa do claro, do solar, de algo que está para além do muro. Parabéns, poema lindo.
Grande abraço,
Carlos Eduardo
Fred,
ResponderExcluirveja o que diz Sartre em texto que aqui postei (http://antoniocicero.blogspot.com/search/label/Jean-Paul%20Sarte).
Abraço
Cicero,
ResponderExcluirVocê me fez lembrar da idéia estética em Kant, de como o sentimento de prazer diante do belo estanca e contém a avassaladora plenitude do conhecimento.
Belíssimo poema. Gostei muito.
Abraços,
Héber
Esse livro do Sartre é maravilhoso! Li-o quando estava fazendo minha dissertação de mestrado sobre o Catatau do Leminski. Não lembrava dessa passagem... Valeu!
ResponderExcluirabraço!
pensador,
ResponderExcluiracho que a idéia de colocar poesia em muro "concreto" é ótima alternativa para inquietar quem lê.
(e quem é que não lê o que está em escrito em muros?)
eu acredito que é possível fazer desencadear o pensamento, acredito também que pensar é exercício e que também se aprende,
poesia em muro é poesia imediata!
pode ensinar a pensar,
- mas tem que ter o fio para o outro puxar e no caso do seu verso, está lá o incomodo que vai levar ao pensamento.-
poesia em muro cria estímulo!
gostei muito, acho que a mescla de poeta e filósofo é seu diferencial de qualidade.
ficou muito bom!
grande abraço!
Mesmo saindo de sua dureza obscura, o poema é o que sempre se abre em folha ou em muro conciliando o que nos leva a passar pelo sonho, pela noite e pela claridade.
ResponderExcluirAbraços.
Jefferson.
E há fotos do poema enquanto concreto?
ResponderExcluirOnde as encontro?
Renan,
ResponderExcluireu já vi uma foto e acho que a copiei para o meu computador, mas agora não consigo achar. Vou ver se consigo uma no SESC.
Abraço
Caro António Cícero,
ResponderExcluirSobre o seu excelente poema Muro aqui lhe deixo o meu poema com o título:
MUROS//
Vivemos a dois/
passos, tão distantes, com/
muros de silêncio//
de permeio./
Os muros altos, farpados,/
arrogantes.
Domingos da Mota
Caro Domingos da Mota,
ResponderExcluirgostei muito do seu poema.
Abraços
porra, cicero, puta merda, que coisa maravilhosa, que poema lindo!
ResponderExcluirfiquei louco depois de lê-lo!
a minha vontade é de colocá-lo em todos os muros opacos que encontrar pelo caminho. ;-)
parabéns, meu poetósofo de primeiríssima grandeza!
bitoca gostosa!