1.12.08

Jorge Luis Borges: "El remordimiento" / "O remorso"

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El remordimiento

He cometido el peor de los pecados
Que un hombre puede cometer. No he sido
Feliz. Que los glaciares del olvido
Me arrastren y me pierdan, despiadados.
Mis padres me engendraron para el juego
Arriesgado y hermoso de la vida,
Para la tierra, el agua, el aire, el fuego.
Los defraudé. No fui feliz. Cumplida
No fue su joven voluntad. Mi mente
Se aplicó a las simétricas porfías
Del arte, que entreteje naderías.
Me legaron valor. No fui valiente.
No me abandona. Siempre está a mi lado
La sombra de haber sido un desdichado.




O remorso

Cometi o pior dos pecados
Que um homem pode cometer. Não fui
Feliz. Que os glaciares do esquecimento
Me arrastem e me percam, desapiedados.
Meus pais me engendraram para o jogo
Arriscado e formoso da vida,
Para a terra, a água, o ar, o fogo.
Defraudei-os. Não fui feliz. Cumprida
Não foi sua jovem vontade. Minha mente
Se aplicou às simétricas porfias
Da arte, que entretece naderias.
Legaram-me coragem. Não fui valente.
Não me abandona. Sempre está a meu lado
A sombra de ter sido um desgraçado.




De: BORGES, Jorge Luís. "La moneda de hierro". In: Obras completas II: 1975-1985. Buenos Aires, 1989.

5 comentários:

  1. "Não cometamos covardia em relação a nossos atos! Não os abandonemos depois de fazê-los! - É indecente o remorso."

    Nietzsche. "Crepúsculo dos ídolos", p. 10.

    Grato pelo poema, anyway.

    @eta

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  2. AMADO MESTRE,


    BELÍSSIMO SONETO! REFLEXIVO E TRANSCENDENTE!O PASSADO! AH! O PASSADO!OBRA-PRIMA!




    ABRAÇO FORTE!
    ADRIANO NUNES,MACEIÓ/AL

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  3. AMADO MESTRE,


    BOA MADRUGADA! SAUDADES! ALIÁS, VOLTOU????


    "ÀS SEIS DESSA MANHÃ"


    Olho para o relógio
    E logo me revolto.
    Não sei se tudo pára
    Ou se passa veloz.


    Fico tonto, o ponteiro
    Vendo. Tiro certeiro
    Esse que vem do nada
    E que me tira a voz.


    As horas nunca são
    Devolvidas deveras
    Ao passado. Revelam


    Apenas a prisão,
    A quimera severa
    Do agora. Nada velam.



    ABRAÇO FORTE!
    ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.

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  4. AMADO MESTRE,


    ACABOU DE NASCER! FILHO DA INSÔNIA E DO DESASSOSSEGO!

    "APENAS POSSÍVEIS"



    O meu coração
    Ainda se prende
    Ao poema. Tende
    A ver que só são


    Apenas possíveis
    Essas inconfessas
    pancadas às pressas.
    Os nítidos níveis


    Desses vingativos
    Versos são divinos.
    Meço meus motivos:


    Sou mesmo menino
    Nesta Arte. Cativo
    Do caos repentino.

    ABRAÇO FORTE!
    ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.

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  5. Aetano,

    Como este seu comentário, bem como o anterior, merecem considerações mais extensas, vou fazer uma postagem deles, junto com as tais considerações.

    Abraço

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