24.12.08

Fernando Pessoa: "Natal"

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NATAL

Nasce um Deus. Outros morrem. A verdade
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.

Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo Deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.



De: PESSOA, Fernando. "Cancioneiro". In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

6 comentários:

  1. Amado Cicero,

    Lindo!


    Abraço.
    Adriano Nunes!

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  2. Antonio Cicero,

    Sei lá de deuses, sei lá dos homens, sei é que você está entre meus favoritos, e és um bom presente onde frequento passados e imagino futuros.

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  3. Antonio,


    Feliz Natal!


    UMBIGO


    entre o seu e o meu


    um eco
    um véu
    um vôo
    um vão
    um oco


    (entre)


    você eu


    explícito
    exposto
    o cosmo


    quando
    em si
    lên
    cio


    sou eu seu


    corpo.


    Beijos,
    Cecile.

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  4. nesse natal é época de ler também o artigo "papai noel supliciado" do, agora centenário, Lévi-Strauss.

    lá está: "DIANTE DE CRIANÇAS DOS PATRONATOS PAPAI NOEL FOI
    QUEIMADO NO ÁTRIO DA CATEDRAL DE DIJON"

    abraço.

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  5. nnanatnatalnataltnataltonataltodnataltodonataltadosnataltodosonataltodososnataltodososdnataltodososdinataltodososdianataltodososdias

    natal-todos-os-dias

    Domingos da Mota

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  6. Não morrem. Nem nascem. Apenas a consciência surge. Quando se passa a ver. O que não se via antes. O que é visto agora. O que outros ainda não enxergam. E tu que vês. Passa a ser os olhos dos que não veem. E querem ver. E também a oportunidade...

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