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Em silêncio conversemos
Que fazer deste ser
sem prumo
despencado do extremo de um dia e
que o sono não recolheu?
Não não indaguemos
Para que indagar matéria de silêncio
Procurar a nenhuma razão que nos explique
e suavemente nos envolva
em suas turvas paredes protetoras
Nada de perguntas
A campânula rompeu-se
O instante nos ofusca
A quem sobra olhos resta ver
um ser nu a vida pouca
Só dentes e sapatos
de volta para casa
Nem um passo à frente
ou atrás
De pés firmes
o corpo oscilante
neste suave embalo da mágoa
descansemos
De: ALVIM, Francisco. Sol dos cegos. Rio de Janeiro: 1968.
CICERO,
ResponderExcluirQUE POEMA BELO BELO! LINDO DEMAIS!
QUE, EM SILÊNCIO, ADMIREMOS O SEU GRITO POÉTICO!
FORTE ABRAÇO!
ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.
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ResponderExcluirMuito estimulante o encontro hoje no IMS.
ResponderExcluirgrande abraço
Pedro Lago.
Caro Pedro Lago,
ResponderExcluirtambém gostei muito.
Abraço
Querido Cicero,
ResponderExcluirbelo poema. Eu adoro essa expressão do título do livro, "Sol dos cegos". Há algum poema homônimo?
Beijo.
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ResponderExcluirMEU POETA,
ResponderExcluirTENHO ANDADO MEIO TRISTE ESSES DIAS. TODAS AS MINHAS NOVAS POESIAS TÊM COR DE ANGÚSTIA E SOMBRAS... UM GRANDE ABRAÇO!
"BAIÃO TORÁCICO"
BATE QUIETO
MEU CORAÇÃO
BATE CALADO
BATE CONFUSO
BATE CANSADO
BATE CONTENTE
BATE BATUQUE
TÃO DE REPENTE
BATE CISMADO
BATE CARENTE
BATE CERCADO
BATE CONTRITO
EM MIM DESTARTE
FREVO CARDÍACO
QUASE PERDIDO
QUASE PLETÓRICO
QUASE PERPLEXO
QUASE PARANDO
BATE BATIDA
TOLO TAMBOR
ARREPENDIDO
AMARGURADO
ANGUSTIADO
ABORRECIDO
DO MEU SILÊNCIO
QUE SABERÁ
MEU CORAÇÃO?
ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.
Muito belo como ele só quer voltar pra casa e ser embalado, como ele não aguenta mais pensar. Como desistiu de construir muros de razões e se deixou ofuscar pelo instante. Como um poema de tristeza e cansaço pode se tornar uma grande afirmação da vida. Muito bonito.
ResponderExcluirAdriano,
ResponderExcluireu já tinha notado que você anda triste. Tomara que se recupere logo e volte à animação que conhecemos.
Abraço grande
Apesar de tudo, estou vivo.
ResponderExcluirNão sucumbi ao horizonte de derrotas.
Não sofri além do necessário.
Sobrevivi.
MEU POETA,
ResponderExcluirTALVEZ SEJAM AS HORAS EM QUE NÃO ME POSSO DEDICAR À POESIA QUE ESTÃO CORROENDO O MEU SER E TODA A MINHA ESTRUTURA, COMO SE ESTIVESSE O MEU CORAÇÃO PARA PARAR DE VEZ, SUBITAMENTE!
OU ALGUMA TRISTEZA PROFUNDA EM MINHA ALMA QUE DESCONHEÇO, MAS QUE MESMO ASSIM EXERCE SEUS EFEITOS SOBRE OS MEUS SONHOS E MINHAS ESPERANÇAS. QUE FAÇO ENTÃO? POR AMOR ÀS ARTES, À POESIA, SIMPLESMENTE ESCREVO, AINDA QUE MEUS ESCRITOS SE COREM DA ANGÚSTIA, DO DESASSOSSEGO E DAS CINZAS DOS MEUS DIAS. SER POETA É SER DISSECADO A TODO INSTANTE POR SEUS PRÓPRIOS POEMAS, É COMO SE A PELE, A GORDURA, OS MÚSCULOS, VASOS E NERVOS QUISESSEM SAIR POR AÍ DESPIDOS DA SUA EXISTÊNCIA ANATÔMICA. A POESIA ME LIBERTA ENQUANTO SOU VASSALO DA SUA CONTEMPLAÇÃO... E PÕE EM MIM AMARRAS QUANDO ME SINTO PLENAMENTE LIVRE DE TODAS AS SUAS ARMADILHAS E ENCANTOS. DEPOIS, NUNCA MAIS PROCURO SABER QUEM SOU - O SANGUE DA POESIA É ÁCIDO CIANÍDRICO!
AMO-TE MUITO!
ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL
PARA VOCÊ, QUE TANTO ME TRAZ ALEGRIAS!
ResponderExcluir"SONETO VIII"
QUANDO TE VEJO, TUDO VIBRA,
MINHA VIDA, TODO UNIVERSO.
PARECE QUE NADA MAIS QUERO.
É COMO SE PERDESSE A FIBRA.
DEPOIS, O MEU MUNDO É DESFEITO,
MAS PERMANECE TUA IMAGEM.
EU NUNCA SEI POR QUE INTERAGEM
OS SONHOS DENTRO DO MEU PEITO.
MESMO CONFUSO, NÃO TE BUSCO
NAS BATIDAS DO CORAÇÃO.
QUANDO BANIDO DESSE BRUSCO
DESEJO DA MINHA VISÃO,
QUASE PÁRA. TUDO REBUSCO
NA MINHA ALMA: QUE SOLIDÃO!
ABRAÇO ETERNO,
ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.