É uma felicidade postar esse esplêndido soneto de Marcelo Diniz:
eu não sei o que eu faço com um verso
e, tão logo não saiba, de repente,
do nada, este terceiro e o subseqüente
enquadram-se em quarteto tergiverso;
eu não sei se concentro ou se disperso,
se a forma que se fixa é contingente
ou feita, conteúdo e continente,
exatamente enquanto eu desconverso;
só sei que de acidente em acidente
a forma converteu-se em controverso
modo de se dizer o que se sente:
que ecoem estes ecos do universo,
que o façam, verso a verso, reticente,
de etc em etc diverso
Realmente excelente! Tá aí, Marcelo Diniz é um poeta que preciso conhecer melhor!
ResponderExcluirgrande abraço
Jardim
Que beleza encontrar esse soneto do Marcelo por aqui!
ResponderExcluirMeu deus (se éque deus existe...)
ResponderExcluiralgumassemanas sem vir por aqui, por conta das disfunções hormonais da vida, e tanta coisa boa estava perdendo. Vida longa, Cícero, a você e a este espaço!
Ergo um brinde a você e à poesia, que em muitos momentos se entrelaçam.
E a este soneto do Marcelo, claro.
grande abraço!
Nuno Rau
Obrigado, Nuno.
ResponderExcluirQue bom saber da sua visita!
Grande abraço,
ACicero
Criativo e belo, Cicero. Também desejo vida longa a você e a este espaço. Um beijo (bem) grande.
ResponderExcluirPoesia - forja rica de metais lavrados.
ResponderExcluirMiríade de versos. Simplicidade. Exatidão.
Encantamento e magnitude. Criação.
Sendo poeta, entre a beleza e a palavra, sou quem desnuda.
Sinto. Expresso. Desejo. Almejo.
Sou eu quem luta. Quem comemora.
Quem pende a fronte após a queda.
Sou quem mistura o ócio e a virtude,
a guerra e a ilusão, a água e a areia.
A poesia, não. A poesia é crueldade, egoísmo.
É coisa fria, usurpadora, sem compaixão.
É a mulher entregue ao frio,
enquanto o fogo do poeta vira gelo em sua mão.
"Eu não sei o que faço com um verso..."Poeta querido,é mesmo linda essa toada fina de Marcelo Diniz e a tua sensibilidade...uau!!Ó...um meu proçê...
ResponderExcluirDesconVerso II
As vezes não vou direto
Escrevo no olho tonto
De soslaio cato o tranco
Ponho ponto ou contraponto
Tiro trema e circunflexo
Desconverso o tema longo
Dou linha se ele é complexo
Comungo depois de pronto
Nem sempre pontuo o tempo
Sonego no breu do conto
Com a rima travo encontro
No suspiro ...réu confesso...
Sendo fruto bom eu peço
Pra versar no escaninho
Piso lenta este caminho
Que é pra não espantar o verso...
Sigo luz de vaga-lumes
Nas entrelinhas no teto
Sublinho no ar do Universo
Que é pra viver no perfume...
Nina Araújo.
Nina,
ResponderExcluirobrigado pela bela contribuição.
Beijo,
Antonio Cicero
Leo,
ResponderExcluirquero agradecer a você também por sempre enriquecer este blog com as suas finas contribuições.
Beijo,
Antonio Cicero