Do belo livro À deriva, de Omar Salomão, o poema homônimo:
À DERIVA
Em pleno alto mar
Perco-me de vista
Velas hasteadas,
Mapa, bússola, astrolábio e radar
Aguardo por alísios ventos
Que me levem para longe
Que me ponham a navegar
Saio à caça de algo
Um arpão vara o céu
Em meio ao nevoeiro
Não encontro garrafas, barcos ou camaradas
Deitado na rede
Uma voz grave me sussurra histórias de Iemanjá
Miro o céu sem estrelas
E peço por alguém que me dê
um sopro de ar.
SALOMÃO, Omar. À deriva. Rio de Janeiro: Dantes, 2005, p.28.
Para Omar:
ResponderExcluirNos intervalos encontro sentado Omar tímido no pátio da Gávea.
Conversa muda de poeta.
Menino bonito,
canta o mar.
Os vidros espelham a espuma de sal.
OMAR, POXA, NÃO SABIA QUE OMAR ERA POETA!
ResponderExcluirQUE VC LEVE ADIANTE A FORÇA DA POESIA QUE É PECULIAR NA FAMÍLIA SALOMÃO.
Omar, à deriva também estou, mas com os olhos gulosos pela vida e pelo seu mistério que nos enche o barco.
Vivam vc e Cícero, perenes e luminosos!
Avante!
Belo poema!
ResponderExcluir