Um poema do belíssimo livro Em Ítaca, de Alex Varella:
Escrevia com lápis e borracha
Em folhas
Do caderno de caligrafia.
Com tijolo, telha e carvão
Abrindo sulco na terra,
No chão,
No muro e na calçada.
Com canivete na mão, no tronco das árvores.
Até que um dia descobri
Que a mesma folha em que escrevia
Era e vinha
Das plantas e das árvores.
Foi desde então que resolvi
(e inda hoje quero assim)
Que só devo escrever mesmo em folhas [verdadeiras,
As originais.
VARELLA, Alex. Em Ítaca. Ilha de Santa Catarina: Noa Noa, 1985.
Belo poema de duplo sentimento, não sei, como se um arco se formasse ao longo da descoberta para dar na folha certa..., tendo em sua duas pontas, folha e folha de uma outra espécie cada uma, todas feitas de e para um mesmo fim(...). Algo assim. Não sei.
ResponderExcluirMas gostei!
Abraço!
Um belíssimo poema mesmo,mas acho que a primeira folha que a poesia se desenha é no coração,pra depois tendo sido formada,ser exposta.
ResponderExcluirlindíssimo, cicero!
ResponderExcluireu também, hoje, só quero e desejo escrever as minhas linhas e rimas em folhas originais, verdadeiras, próprias para.
sempre muito bom vir aqui e descobrir os textos, tirar-lhes o véu.
beijo, riqueza!
conto com vc na jornada!