17.3.18

Manuel Bandeira: "O último poema"



O último poema

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.




BANDEIRA, Manuel. "O último poema". In:_____. 50 poemas escolhidos pelo autor. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

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