4.1.15

Rainer Maria Rilke: "Eingang" / "Entrada": trad. Augusto de Campos




Entrada

Quem quer que você seja: quando a noite vem,
saia do quarto, que você conhece bem;
seu último reduto antes do além:
quem quer que seja o quem.
Com os seus olhos que, de cansaço,
mal conseguem se erguer do pó,
levante, lento, a árvore negra do espaço
e a ponha contra o céu: esguia, só.
E você fez o mundo. E ele é grande
como a palavra que o silêncio expande.
E quando o seu sentido lhe penetre a mente,
que os seus olhos o levem suavemente...



Eingang

Wer du auch seist: am Abend tritt hinaus 
aus deiner Stube, drin du alles weißt; 
als letztes vor der Ferne liegt dein Haus: 
wer du auch seist. 
Mit deinen Augen, welche müde kaum 
von der verbrauchten Schwelle sich befrein, 
hebst du ganz langsam einen schwarzen Baum 
und stellst ihn vor den Himmel: schlank, allein. 
Und hast die Welt gemacht. Und sie ist groß 
und wie ein Wort, das noch im Schweigen reift. 
Und wie dein Wille ihren Sinn begreift, 
lassen sie deine Augen zärtlich los... 



RILKE, Rainer Maria. "Eingang" / "Entrada". Trad. Augusto de Campos. In: CAMPOS, Augusto de. Coisas e anjos de Rilke. São Paulo: Perspectiva, 2013.

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