26.10.13

Adriano Nunes: "O espantalho"




Obrigado, Adriano, pelo belo poema que me dedicou.
                                                                              A.C.




O espantalho

                                    para Antonio Cicero

Não mais tenho os meus 
Artelhos de palha
Velha, nem a mente
A voar co' os corvos.

Quase a chuva e sol 
Cegaram-me. Uns pelos,
Do espelho de orvalho,
Vão-se, longe, sinto-os,

De mim, como folhas
Que levar se deixam,
Além, espalhando-me.
Sou esta fagulha

Que aos poucos se esvai, 
Tralha sobre tralha,
Trapo sobre trapo...
Perdi-me, entre agulhas, 

As pilhas de milhos,
As ilhas de emendas,
As trilhas das traças
E o que partilhei

Com todos,  meu ser
De pano e propósito,
O espantalho à espera
Da grã primavera.

Abro bem os braços
E em mim embaralho-me.
Um dia terei
Cabelos grisalhos?

Espanto-me. Encanto-me.
Em um salto mágico,
Todo o cosmo varro, e a
Dizer que me adora


Ouço o vento agora.





4 comentários:

  1. Cicero,

    muito feliz estou aqui, pela postagem! Viva!



    Abraço forte,
    Adriano Nunes

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  2. QUE COISA MARAVILHOSA ESSE POEMA!!!LINDO!!!OS MOVIMENTOS,OS MOVIMENTOS DAS IMAGENS.LINDOS.
    ADRIANO, CONHECI SEUS POEMAS, ATRAVÉS DAQUI DO BLOG DO A. CÍCERO.VI ALGUNS ANTERIORES.ESSE É FLOR DO SOL.ME LEMBROU EM ALGUMA COISA QUE NÃO SEI O QUÊ , DYLAN THOMAS. PARABÉNS...
    VINICIUS.

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  3. Caro Vinicius,


    obrigado! Viva!


    Abraço forte,
    Adriano Nunes

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  4. Adriano obrigado você por ter dado o poema.Uma hora entro no seu blog e pego seu emeio pra corresponder.Abraço.Vinicius.

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