11.7.13

Frederico Barbosa: "Desexistir"





Desexistir


Quando eu desisti
de me matar
já era tarde.

Desexistir
já era um hábito.

Já disparara
a auto-bala:
cobra cega se comendo
como quem cava
a própria vala.

Já me queimara.

Pontes, estradas,
memórias, cartas,
toda saída dinamitada.

Quando eu desisti
não tinha volta.

Passara do ponto,
já não era mais
a hora exata.




BARBOSA, Frederico. Contracorrente. São Paulo: Iluminuras, 2000.

2 comentários:

  1. Cicero,

    que belo poema! Grato por compartilhar!


    Abraço forte,
    Adriano Nunes

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  2. Revoada

    Passagem
    Imagem
    Gente colagem
    Desse lugar
    Nada levo
    Nada
    Senão o reflexo
    Brilho ao longe desse
    Espelho d água
    Barcos zarpando
    Agora na rodoviária
    Revoada
    já, já, na estrada.

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