30.8.11

Paulo Leminski: "Leite, leitura"





Leite, leitura

letras, literatura,
   tudo o que passa,
tudo o que dura
   tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
   tudo,tudo,tudo
não passa de caricatura
   de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura



LEMINSKI, Paulo. O ex-estranho. São Paulo: Iluminuras, 1996.

7 comentários:

  1. Cicero,


    Esse poema é muito lindo! grato por compartilhar! Leminski é um grande poeta!


    Abração,
    Adriano Nunes

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  2. Cicero,

    Um poema meu:

    "Elegia"

    Era noite era noite era
    Outra conversa
    Às pressas
    Outra peça de xadrez
    Esquecida, outra quimera
    Depois das dez,
    Outro horizonte desperto.

    Era noite era noite era
    Todas aquelas
    Teias de flertes, à espera
    De fins, de fugas, de festas,
    Aquela tese
    Concreta: vera noite era...
    Não era.

    Outra luz já ( Da janela,
    Tudo quase me esfacela)
    Invade a vida através
    Das frestas
    Do tempo:
    O infinito é mesmo cego!
    Não era noite, decerto.




    Abração,
    Adriano Nunes

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  3. Adoro Leminski também! E tenho poema seu no meu blog (e do Eucanaã Ferraz também). Tô te seguindo...

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Roca

    Vivo a deslizar
    Meus dedos pela argila
    Em busca dos teus seios
    Roca
    maroca
    Entrelinhas
    Entrelaçadas
    Máquina de escrever,
    portátil
    vírgulas, espaços,
    Espelhos, traços,
    Vou aonde for seu passo
    Pelas praças e riachos

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  6. Life is the hard path we follow when we're awake.

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