28.2.11

Antonio Cicero: "Longe"

O poeta Carlito Azevedo gentilmente publicou, na página mensal de poesia que assina no suplemento "Prosa e Verso", do jornal O Globo, dois poemas inéditos meus que, a pedido dele, eu lhe enviara.


Publico aqui um deles:


Longe

A chuva forte, o resfriado
real ou fingido, e eis-me livre
da escola e solto no meu quarto,
nos lençóis, nos mares de Chipre
ou no salão de Ana Pavlovna
ou no de Alcínoo, nas cavernas
de Barabar ou sob a abóbada
de Xanadu; perplexo em Tebas
e pelas veredas ambíguas
do sertão do corpo da língua,
cada vez mais longe de escolas
e de peladas e de bolas
e de promessas de futuros,
é mesmo errático meu rumo.

10 comentários:

  1. Longe de promessas de futuros,
    é mesmo errático meu rumo.

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  2. Perfeito Antonio, perfeito Carlos. Perfeito sertão que desatina o rumo.

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  3. Admiro muito sua poesia, textos e blog... Apenas acho um abuso aqueles que "usam" este espaço de comentários para desesperadamente divulgar ou promover sua poesia ou blog.
    Cada coisa na hora certa.
    Parabéns!

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  4. Ao longe que - solto - se pode ir.
    Longe das promessas e dos ordinários.
    Esse poema foi "longe", Cícero!
    Gostei muito.
    Jefferson.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Maravilha de poema, ler algo assim me projeta para outro espaço/tempo, é algo único, muito obrigada, poeta e, bendito dia em que achei seu blog! bjs

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  7. Muitíssimo obrigado, Alcione. Seja bem-vindo!

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  8. Amado Cicero,

    Que pérola maravilhosa! Bravo!


    Abração,
    Adriano Nunes.

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  9. Lindíssimo poema. Uma boa definição de mim, rsrs. Abraço, poeta!

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