2.12.10

Nietzsche: "Alles, was tief ist..."




Alles, was tief ist, liebt die Maske.

Tudo o que é profundo ama a máscara.


NIETZSCHE, Friedrich. Jenseits von Gut und Böse. Berlin: Directmedia, 2000.

11 comentários:

  1. Antônio Cícero,
    mas seria para se preservar ou ocultar? Ou para não ser consumido e descartado?

    abraços de admiração

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  2. Cicero,


    A máscara se amarra numa cara rasa.



    Adriano Nunes.

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  3. Por trás da máscara a pele, da pele a carne, da carne o osso, do osso... seria a pele a máscara da alma?

    Um beijo, Poeta!!!

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  4. “as máscaras seriam exibidas como máscaras, na sua verdade de máscara” (Derrida, Poétique et politique du témoigne, p. 40)

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  5. Hey, mando um poema que me lembra a máscara...



    Adverbium
    ... o limite é a nudez do osso...
    Caio Fernando Abreu


    O osso é a nudez da carne
    a carne, a nudez do tempo
    o tempo, a nudez do espaço
    o espaço, a nudez do hoje


    e agora, vestidos por nus
    elásticos são os momentos.


    Poema de Carmen Silvia Presotto. Postigos. Vidráguas-2010.

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  6. A figura cor de rosa
    Sobrevoa a cidade
    A montanha
    Sobre lanças, o ar
    A paisagem
    Os cabelos escorridos
    Pela fronte
    Escondem aquele olhar
    Agem como uma lembrança
    Dos tempos de criança.

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  7. mais poeta que filósofo?
    um poeta filosofando?
    ou vice-verso?

    essa frase me fez lembrar de um poema meu que foi publicado na revista Autofagia:

    Superfície

    a têmpera
    -gosto, cheiro, pensamento, cor e pega-
    que reveste o corpo,
    basta.

    o que escapa ao rente,
    o que se quer lento,
    o que se esconde,
    e vaza o íntimo da pele,
    e pensa que penetra
    quando roça a superfície dentro,
    e pensa que rasga
    quando, adaga, resvala em água,
    e pensa que o profundo encarna
    quando o gozo aflora
    e pensa que a palavra funda
    quando brota,
    no fundo é casca.

    abraço Cícero!

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  8. Profunda mente...

    Do Nietzsche também, esta ótima para os filósofos:

    "Tudo o que é pensado por muito tempo torna-se suspeito."

    Rosaura Soligo
    http://chiarosscuro.blogspot.com/

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  9. Lacan nomeia a mulher " a mascarada ". Necessitada de máscara para existir. Daí:
    1 - seria a mulher o profundo?
    2 - Teríamos da mulher tão-só
    a personagem-máscara?
    3 - Seria a pele, a máscara, o mais profundo?

    Obrigado, Senhor Antônio Cícero.

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  10. Medina,

    Primeiro, “respondo” com outras perguntas:

    1. Você acha que Lacan está certo, ao chamar a mulher de “a mascarada”?
    2. Quando você pergunta se a mulher é o profundo, você está perguntando se ela é o profundo para Lacan, o profundo para qualquer um que a tome por “a mascarada”, ou o profundo para qualquer um?
    3. Do mesmo modo, quando pergunta se teríamos da mulher tão-só a personagem-máscara, está perguntando se PARA LACAN teríamos da mulher tão-só a personagem-máscara?

    De qualquer maneira, a proposição “tudo o que é profundo ama a máscara” não implica “tudo o que ama a máscara – ou tudo o que é mascarado – é profundo”.
    É, portanto, possível que a mulher seja “a mascarada” e não seja o profundo.

    Finalmente, a pergunta “Seria a pele, a máscara, o mais profundo?” pressupõe que a pele seja a máscara. Ora, é possível – e até mais comum – tomar-se a máscara como algo que encobre a pele.

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  11. penso na luminosidade que michel tournier coloca no tema da profundidade e da superfície:
    "Estranha prevenção essa que valoriza cegamente a profundidade à custa da superfície e que faz com que 'superficial' signifique não 'de vasta dimensão', mas, sim, 'de pouca profundidade', enquanto 'profundo' significa, ao contrário, 'de grande profundidade e não 'de fraca superfície'. "E, no entanto, um sentimento como o amor mede-se bem melhor - caso possa ser medido - pela importância da sua superfície do que pelo seu grau de profundidade. Porque eu meço meu amor por uma mulher pelo fato de que amo igualmente as suas mãos, os seus olhos, a maneira como anda, a roupa que usa, as paisagens onde o vi evoluir, o mar onde se banhou... "(Sexta-feira ou os limbos do Pacífico)
    O poeta Valéry, assim como Tournier, também um leitor de Nietzsche, escreveria que o mais profundo é a pele...
    Penso que essa revalorização da pele, da máscara possa estar situada dentro de um projeto nietzschiano de crítica à tradição filosófica moral-metafísica, abarcando, especialmente, conceitos como o da identidade.

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