7.11.10

Waly Salomão: "Câmara de ecos"

Câmara de ecos

Cresci sob um teto sossegado,
meu sonho era um pequenino sonho meu.
Na ciência dos cuidados fui treinado.

Agora, entre meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu.



SALOMÃO, Waly. Algaravias: cãmara de ecos. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

8 comentários:

  1. O que este poema me faz lembrar Pessoa! e outro, o9 amigo dele, o Mário de Sá Carneiro:«Eu não sou eu nem sou o outro/sou qualquer coisa de intermédio/pilar da ponte de tédio/que vai de mim para o outro.»

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  2. este poema é belo!

    ele foi gravado no cd do Rappa. Como é interessante ver isso, um poeta junto a um grupo de música.

    um abraço.

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  3. Cicero,

    Maravilhoso poema de Waly! Salve!


    Abraços,
    A. Nunes.

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  4. Waly Salomão / Sailormoon
    Waly Poeta / Letrista
    Dos melhores
    Saudades!

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  5. Querido Cicero,

    bela entrevista. Segue um soneto ainda na linha da onda espinozista...

    Desejas durar: tudo te sustenta,
    não passas de uma mosca para o mundo,
    e, da mosca, és o próvido e fecundo
    alimento em que tudo se alimenta;

    temes a morte: o mar em ti arrebenta
    o sal fatal de seus fósseis profundos,
    o mar em ti arrebenta os iracundos
    murros contra o deserto que te enfrenta;

    temes a morte:toda a imensidão
    do espaço sentencia que não passas
    desta mosca assustada pela mão;

    desejas durar: pairas entre a ameaça
    e o estupor de saberes ser um grão
    de areia a mais no mundo que te abraça.

    Abraços,
    Marcelo Diniz

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  6. Cicero,


    Um poema novo:

    "mínima luz"


    enquanto penso
    o verso, aguento
    esse momento
    de branco imenso.

    a rima rege
    a forma. elege
    o ritmo, a métrica.
    (que imagem pétrea!)

    à margem, teço
    outro começo,
    à vez me entrego:

    mal amanheço
    e vingo cego.
    que quer meu ego?



    Abraço fraterno,
    Adriano Nunes.

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