30.1.10

Octavio Paz: "Destino del poeta" / "Destino do poeta": trad. Haroldo de Campos




Destino de poeta

¿Palabras? Sí, de aire,
y em el aire perdidas.
Déjame que me pierda entre palavras,
déjame ser el aire en unos labios,
un soplo vagabundo sin contornos,
breve aroma que el aire desvanece.

También la luz en sí misma se pierde.



Destino do poeta

Palavras? Sim, de ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erramundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.

Também a luz em si mesma se perde.



PAZ, Octavio; CAMPOS, Haroldo. Transblanco (em torno a Blanco de Octavio Paz. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

7 comentários:

  1. Se digo palavras
    Não é para dizê-las
    Ou revelá-las
    Mas para vivê-las
    Sobre o piso de concreto
    Impermeável
    Rasgo, noutro plano
    A vida do desengano
    Ser divino e razoável
    Galgando cada metro
    No espesso céu volátil.

    ResponderExcluir
  2. Lindo.Não o conhecia. Fiquei encantada.Vou procurar mais.Obrigada.Abraço.

    ResponderExcluir
  3. Deslize na matéria aérea
    do poeta-ar, do poema-ar

    Lindo poema.


    Abraços


    Jefferson

    ResponderExcluir
  4. paulinho (paulo sabino)1 de fevereiro de 2010 às 13:58

    cicero, meu amor,

    que coincidência boa! pois estou com octavio paz na cabeça por causa de um poema, lindo!, do poeta português al berto.

    este poema publicado aqui é MARAVILHOSO! coisa linda!

    o haroldo é, sem sombras de dúvidas, dos maiores tradutores que conheço. para este, as reverências maiores, de pé.

    beijo grande, meu querido e sempre benvindo!

    ResponderExcluir
  5. de fato, as traduções do haroldo são realmente geniais!

    ResponderExcluir
  6. Cicero,

    Lindo demais!
    Grato por compartilhar!


    Grande abraço,
    Adriano Nunes.

    ResponderExcluir
  7. Cicero,

    Poderia ter comentado no anterior, mas deixei para esse aqui. Você sabe quanto eu sou ligado aos poetas concretistas. AMO HAROLDO DEMAIS! O CARA É DEZ!


    Grande abraço,
    Adriano Nunes.

    ResponderExcluir