4.10.09

Adriano Nunes: "Dez para dez"




Dez para dez

    para Antonio Cicero


Dez para dez. Talvez,
Baco apareça aqui,
No bar. Sem timidez,
Prove do vinho. A qui-

Mera mágica é ver-
Ter tudo em bel prazer,
Em vertigem, em ver-
So, pra satisfazer

O corpo antes de ser
lançado à dor, ao pó
Das horas, desse nó.

O que mesmo vai ser?
E de nada se ser-
Ve. O tempo passa só.


Adriano Nunes

12 comentários:

  1. Excelente, dez para você Adriano!



    Vivianne Accioly

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  2. Quero te dar uma flor
    Meu amor
    Mas não sei como
    Então te dou um
    Bom dia, minha querida
    Quem sabe, em vida
    Venha um bom dia
    Junto de ti
    Para suportar o pernicioso
    O maldoso
    A moral só de orgulho
    Que no fundo é só barulho.

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  3. Lindo demais . . .
    viajei lendo isso, o máximo!

    beeijos querido!


    W.

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  4. observador,

    o poema de adriano é excelente, deixa transparecer a grande admiração e inspiração que seu nome faz surgir!

    o jogo com as sílabas provocam nossos sentidos.

    eu adorei ver publicado aqui!

    parabéns ao poeta adriano nunes,

    grande abraço Antônio Cícero!

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  5. paulinho (paulo sabino)5 de outubro de 2009 às 15:38

    como sempre, adriano nunes, este poeta querido e benvindo das alagoas, ARREBENTANDO!

    que coisa LINDA, que versos, que achado!

    tô de cara! adoro tudo: as desconstruções, sempre bem acabadas, as palavras, o português, as imagens, tudo bonito, tudo comovente, tudo como adriano nunes: o máximo!

    beijo nestes dois grandes poetas, que tanto estimo e admiro!!

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  6. Amado Cicero,

    Que honra! Que alegria! Estou tão emocionado que há uma convulsão/confusão de riso e choro duelando agora no meu ser e tudo vem à tona. Que lhe dizer, meu grande amigo? Muitíssimo obrigado!

    E meus queridos amigos aqui, todos gostando do poema... Meu Deus! Que felicidade sem fim! Aetano, Mariano, Vivianne, Alcione,Jefferson Bessa,Wallace Fernandes, Betina e Paulinho... muito grato!

    Hoje, o Péricles Cavalcanti me enviou um email dizendo que tinha vindo aqui ao seu blog e lido o meu poema e que tinha gostado muito... Tudo confortando a minha alma, justamente nesses últimos dias em que ando plenamente triste, angustiado!

    Muito obrigado a todos vocês, de todo coração!


    Adriano Nunes.

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  7. ***

    Dez para dez: o intervalo entre o ser e o nada. Ou seja, a vida. Vida cujo tempo o poeta parece marcar entre dois eventos simbólicos: 1) a presença (incerta) de Baco - sem o qual a vida nada mais seria que a resultante nula da equação que o poema também sugere (dez para dez?); 2) e a hora extrema, a partir da qual o tempo - porque passa - já não mais terá o poeta - que é eterno - como companhia.
    Enfim, talvez o poeta esteja a dizer, com alguma timidez: vida noves fora dez.

    ***

    Aeta

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