2.6.09

Goethe: das "Conversações"

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Não há nada insignificante no mundo. Tudo depende da maneira de olhar as coisas.



Es gibt nichts Unbedeutendes in der Welt. Es kommt nur auf die Anschauungsweise an.



De: Goethes Gespräche. Herausgegeben von Woldemar Freiherr von Biedermann, Band 1-10. Leipzig 1889-1896.

11 comentários:

  1. Cicero,

    Ótimo!


    Abraços,
    Adriano Nunes.

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  2. tiro certeiríssimo!

    amei as linhas!

    beijo, grande e querido!

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  3. Caro Antonio Cícero,

    Estes filosofemas de Goethe, fizeram-me lembrar o poema de Eugénio de Andrade:

    CADA COISA


    Cada coisa tem o seu fulgor,
    a sua música.
    Na laranja madura canta o sol,
    na neve o melro azul.
    Não só as coisas,
    os próprios animais
    brilham de uma luz acariciada;
    quando o inverno
    se aproxima dos seus olhos
    a transparência das estrelas
    torna-se fonte da sua respiração.
    Só isso faz
    com que durem ainda.
    Assim o coração.


    in O Sal da Língua, edição Fundação Eugénio de Andrade, Novembro,1995

    Obrigado por mais esta sua postagem.

    Domingos da Mota

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  4. Belo, belo. Primeira vez que vejo a noção de paradigma num poema (isto é um poema, Cícero? Ou depende da maneira de ver as coisas?!). E direto do alemão!! Abraço, meu caro.

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  5. A sinfonia
    Por acaso, percebo
    A chuva
    Os sinos
    (o barulho do carro)
    O passarinho
    Lindo esse enredo
    Um belo momento
    Um corte de bolo
    (um cheiro)
    Que eu saboreio.

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  6. Prezado Cícero,

    Concordo integralmente. Tenho um poema que diz assim.

    Quase tudo
    traz em si
    um entretanto
    e tem um jeito
    quase santo
    quando olhado
    sem descaso
    ou preconceito:

    o cachorro curioso
    cheira o pássaro morto;
    o senhor de terno
    toma sorvete;
    a moça sem dente
    pinta o cabelo;
    o mendigo lê a carta
    na calçada...

    São sagrados
    muitos fatos
    do dia-a-dia
    se percebemos
    sua poesia.

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  7. Cícero, notei que o meu comentário anterior começa assim: "Belo, belo". Isso me lembrou Manuel Bandeira (cê gosta dele? Eu sim, muito) que, se não me engano, escreveu dois poemas com este título (ou há a expressão "belo belo" em dois de seus poemas, não lembro direito agora).

    Daí, lembrei que ele traduziu Goethe também. E divido com você e com todos os comentaristas deste recinto uma questão em que sempre penso: Traduzir um poema, sobretudo um poema com métrica "inflexível", não é, em certa medida, COMPOR um outro poema?

    Abraço!

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  8. ORIKI DE OGUN

    "Oní kòtò nilé Ògun
    Àwúre dúró do onijà...
    Oní Kòtò oní kòtò nilé Ògún
    Àwúre dúró do onijà...
    E àwúre dúró do onijá
    Àwúre dúró do"
    (Senhor q faz brigar na arena os animais;
    Senhor cuja casa é a arena, nos
    traga boa sorte;
    E pare, cesse a briga, nos traga boa sorte e pare;
    Cesse a briga, nos traga boa sorte e pare a briga, Ogun!).
    ================
    Avante, Cícero!
    Axé!

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  9. Não há nada insignificante no mundo. Ainda mais quando se entende, num átimo e pra sempre, o indizível significado da palavra [sagrado]. Tudo depende da maneira de olhar as coisas. E da humana miopia. E de persistir. Pois não é bem olhar, é ver. Proponho, então, uma interpretação abreviada dessas duas linhas retas em três tortas.

    Nada é à-toa
    Quando em meus olhos
    Tudo coa

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  10. Emerson,

    de certo modo, é. Por isso Haroldo chamava a tradução de poesia de "transcriação".

    Abraço

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