14.11.08

Cassiano Ricardo: "A outra vida"

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A outra vida


Não espero outra vida, depois desta.
Se esta é má
Por que não bastará aos deuses, já,
A pena que sofri?
Se é boa a vida, deixará de o ser,
Repetida.




RICARDO, Cassiano. O arranhacéu de vidro. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1956.

7 comentários:

  1. De todas as possibilidades,
    apenas me apavora o estagnar no lodo,
    a calma degenerescência da carne frente aos vermes,
    e o suor obtuso de quem teme a morte.

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  2. não me importo com outra vida, me importo com outras vida, a de amanhã e a de depois de amanhã. mas sempre lendo cícero.

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  3. AMADO POETA, AMADO, AMADO!



    O SEU BLOG TRAZ PARA TODOS O "MEL DO MELHOR". E PARA MIM, QUE VIVO DAS EXPECTATIVAS DOS ACONTECIMENTOS, PRESENTEIA-ME COM A ALEGRIA, UM DIA APÓS O OUTRO, DE SABER QUE A POESIA - TUDO QUE AMO PROFUNDISSIMAMENTE - É CAPAZ DE RESGATAR-ME DE DORES IMENSAS!
    AQUI É UM LUGAR ÍMPAR! ADORO CASSIANO RICARDO! ADORO MUITO! QUE PAZ VÊ-LO ASSIM DESPIDO PARA O PÚBLICO - PÉROLA DA OUTRA VIDA!



    UM BEIJO INTENSO EM SEU CORAÇÃO!
    ESPERO QUE O SINTA!


    ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.

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  4. AMADO CICERO,



    TRADUZINDO O QUE ESTOU SENTINDO NESTE MOMENTO - ALTA MADRUGADA: FIZ ASSIM QUE LI O POEMA DE CASSIANO RICARDO:


    "ORAÇÃO"



    QUEM SOU, SENHOR,
    PARA SÓ ASSIM
    NADA SENTIR,
    MAS PADECER?


    QUEM ÉS, SENHOR,
    PARA QUE EM MIM
    NENHUM PRAZER
    EXISTA? AQUI


    O QUE PASSOU
    NÃO ERA RUIM.
    ENTÃO POR QUE
    NÃO PERMITIR


    QUE, DO MEU AMOR,
    POSSA NASCER
    MEU PRÓPRIO FIM?
    NÃO BUSCO A TI.


    ABRAÇO FORTE!
    ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.

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  5. CICERO AMADO,

    FIZ ESTE ENSAIO, SE QUISER POSTÁ-LO E ACHAR CONVENIENTE, AQUI ESTÁ:



    Sábado, 15 de Novembro de 2008
    ADRIANO NUNES: "Marina Lima: Razão e Sensibilidade"
    MARINA LIMA: RAZÃO E SENSIBILIDADE.




    Em sua entrevista, em São Paulo, na Casa Glamurama, Marina Lima deixou claro a que veio. Cantora, compositora, poetisa, uma das damas do rock e da MPB, pessoa de rara e finíssima sensibilidade, expôs o seu lado mais íntimo, seu lado mais humano e natural, o lado que muitos evitam lançar à imensidão do mundo e das críticas. Marina Lima: razão e sensibilidade à vista.

    A solidão sempre pareceu um tema constante em suas canções e buscar um grande amor também transita objetiva e subjetivamente por suas composições.

    A irmã do poeta e filósofo Antônio Cícero revelou seu uma pessoa comum, com sentimentos, medos, erros e acertos, fugaz e eterna, doce e feroz, um ser de complexa e encantadora alma. Não teme farpas e põe o amor em sua apresentação mais sublime e simples, sem traumas, clichês ou dramas. Marina é feliz e quer mais: quer casar!

    Casar significa aqui não só juntar os lençóis, as coisas do lar, escovas, pernas e braços, beijos e loucuras. Ela busca não só alma e corpo, não metade ou complemento, mas uma companhia concreta, o amor em si e todos os seus aspectos possíveis e impossíveis. A matéria em si esvai-se numa abrupta tentativa lógica, pensada, de que a solidão, de que a insegurança, de que as aventuras e lances frágeis e inviáveis já não calham.

    O amor requer mais que divisões métricas, medidas descomedidas de paixões acesas ao acaso, proezas sentimentais fáceis, ilusões poéticas. Marina é mulher sensata e sonha poder compartilhar tudo que possui o seu espírito iluminado.

    Com a calma de uma borboleta e a voracidade de uma tigresa, dá uma dentada profunda, dilacerante, no preconceito, na elite paulistana “interiorana” que, apesar de ter bastante dinheiro e patrimônio, não evolui com o tempo, não compreende que todo mundo tem o direito de ser feliz com dignidade e respeito, impondo aos seus descendentes um “cabresto”, um par de algemas, ligados por liames de dependência financeira.

    Suas declarações soam com muita tranqüilidade de quem sabe bem o que quer, o que quis, o que pretende, o que aprendeu.

    Sobre Gal, Marina demonstra todo um carinho especial, uma admiração densa. Diz: “A Gal foi muito importante para mim porque me mostrou um outro horizonte. E me sinto em vantagem por isso”.

    Nós, admiradores de toda a sua obra, da sua personalidade forte, é que somos enviados a infinitos horizontes e isto é mais que uma vantagem efêmera!
    Postado por QUEFAÇOCOMOQUENÃOFAÇO às 10:33 0 comentários
    Marcadores: ADRIANO NUNES, ENSAIO, MARINA LIMA

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  6. Caro Cicero,

    O poema do Cassiano Ricardo me fez lembrar de um poema muito bonito do Drummond, e me senti motivado a postá-lo aqui:

    TRISTEZA NO CÉU

    No céu também há uma hora melancólica.
    Hora difícil, em que a dúvida penetra as almas.
    Por que fiz o mundo? Deus se pergunta
    e se responde: Não sei.

    Os anjos olham-no com reprovação,
    e plumas caem.

    Todas as hipóteses: a graça, a eternidade, o amor
    caem, são plumas.

    Outra pluma, o céu se desfaz.
    Tão manso, nenhum fragor denuncia
    o momento entre tudo e nada,
    ou seja, a tristeza de Deus.


    ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Record, 1999, p.201.

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  7. linhas lindas as postadas por você! 'maraviulha'!

    e adorei a coincidência com o post do poema do drummond, "tristeza no céu"!

    ele, o poema, anda rondando a sua vida, antonio cicero... mistééério (rs)...

    um beijo, precioso!

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