1.3.08

Camões: Pensamentos, que agora novamente

Em seu comentário ao soneto de Sá de Miranda, Carlos Eduardo mencinou o seguinte --esplêndido -- soneto de Camões:





Pensamentos, que agora novamente
Cuidados vãos em mim ressuscitais,
Dizei-me: ainda não vos contentais
De terdes quem vos tem tão descontente?

Que fantasia é esta, que presente
Cada hora ante meus olhos me mostrais?
Com sonhos e com sombras atentais
Quem nem por sonhos pode ser contente?

Vejo-vos, pensamentos, alterados;
E não quereis, de esquivos, declarar-me
Que é isto que vos traz tão enleados?

Não me negueis, se andais para negar-me;
Que, se contra mim estais alevantados,
Eu vos ajudarei mesmo a matar-me.



De: CAMÕES, Luís de. "Sonetos". In: SARAIVA, M. de L. _____ Lírica completa. Vol.2. Lisboa: Imprensa Nacional, 198, p.262

7 comentários:

  1. Caro Antonio Cicero,

    Devo dizer que é uma grande alegria reler no seu blog o poema de Camões. Adoro tal soneto. Para mim, trata-se de uma obra-prima inestimável.

    Grande abraço,
    Carlos Eduardo

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  2. Amigo, é um prazer conhecê-lo. Sempre confiro canais culturais como "Futura", "TVE" e "Tv Escola", e através do programa "Comportamento" cheguei aqui neste teu espaço. O poeta Eucanãa Ferraz TAMBÉM CONHEÇO. Conheci ele no PALAVRAS do CANAL Futura.

    Estarei acompanhando-o e em breve(quem sabe)estarei estudando lá com o senhor.

    Um abraço!

    Com todo respeito!

    Marcos Ster

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  3. Ah,
    FILOSOFIA
    E
    POESIA,
    foi o casamento
    que deu ceto.

    Um abraço!

    Marcos Ster

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  4. Oi Cicero, como sempre, é uma delícia seu blog. Dá um pulinho no meu www.marciarfrazao.blogspot.com que preparei uma surpresa pra vc.
    mil luas

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  5. Caro Marcos,

    Obrigado pela visita e pela simpatia. Seja bem-vindo!

    Abraço,
    Antonio Cicero

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  6. Este soneto sempre me pareceu uma elegia à esquizofrenia. O mundo vive um momento espiritualista. O grande lance agora auto-ajuda. Deixa camões pra lá e vai ler Zíbia Gaspareto. Ah! Esse povo fora de moda!
    Da sua sempre sincera amiga,
    Romana M. Guerra.

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  7. alguém me pode ajudar aqui na análise formal deste poema?

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