São Paulo pela noite.
Meu espírito alerta
Baila em festa e metrópole.
São Paulo na manhã.
Meu coração aberto
Dilui-se em corpos flácidos.
São Paulo pela noite.
O coração alçado
Se expande em luz sinfônica.
São Paulo na manhã.
O espírito cansado
Se arrasta em marchas fúnebres.
São Paulo noite e dia...
A forma do futuro
Define as alvoradas:
Sou bom. E tudo é glória.
O crime do presente
Enoitece o arvoredo:
Sou bom. E tudo é cólera.
ANDRADE, Mário de. "São Paulo pela noite". In: "Lira paulistana". In: Poesias completas. Org. por Diléa Zanotto Manfio. Belo Horizaonte, Itatiaia, São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987.