tag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post2705984198201766456..comments2024-03-15T11:34:24.681-03:00Comments on ACONTECIMENTOS: João Cabral e o verso livreUnknownnoreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-40772388233355033832008-11-24T11:52:00.000-02:002008-11-24T11:52:00.000-02:00Caro poeta, o agudo espírito crítico de Cabral é u...Caro poeta, o agudo espírito crítico de Cabral é um dos motivos pelos quais o admiro profundamente.Você disse bem, todo artista deveria refletir sobre este tipo de postura.No ótimo texto "Poesia e composição",de 1952,Cabral distinguia dois processos de criação artística:um fundado na expressão pessoal e outro na comunicação,este reconhecendo o papel essencial do receptor do trabalho artístico.Texto para ser lido nestes tempos de abuso da liberdade criadora,em que se vendem quadros pintados por macacos e cavalos,abuso criticado por Cabral abordando o verso livre.<BR/>PS. Muito boa a ilustração do seu artigo na Folha.<BR/>Grande abraçoAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-72033569309743380132008-11-20T16:07:00.000-02:002008-11-20T16:07:00.000-02:00TormentaTrabalhar com frases soltasExige desprendi...Tormenta<BR/><BR/>Trabalhar com frases soltas<BR/>Exige desprendimento:<BR/>Pode vir um vento<BR/>Desses de mar de ondas revoltas<BR/>E fazer das frases, quases,<BR/>Fases sem sedimento<BR/>Ou qualquer razões ocultas.<BR/><BR/><BR/><BR/>Indefinição<BR/><BR/>Poesia é o ápice do lapso da palavra.<BR/><BR/><BR/>Se dar por achado<BR/><BR/>Um achado<BR/>Não se acha assim<BR/>De bate pronto<BR/>Ali do lado.<BR/>Tem de ser escavado<BR/>Ponto à ponto, muito à fundo<BR/>Até ao estado de um encontro<BR/>Pra lá de desencontrado<BR/>Com o germe de outro mundo.<BR/><BR/><BR/>A Camareira<BR/><BR/>Olhando a cena aqui de cima<BR/>Não sou tão escravo da rima<BR/>Quanto se imagina.<BR/>Ela <BR/>( a rima) <BR/>apenas arruma<BR/>A minha cama<BR/>Quando o poema cisma de ser <BR/>e se esparrama.<BR/><BR/>Branco<BR/><BR/>Deu um branco <BR/>no papel<BR/>e o poema<BR/>( meu corcel)<BR/>pegou no tranco.<BR/><BR/>Nada Pessoal<BR/><BR/>O poeta mente que nem sente.<BR/>Passa sempre rente a um ente<BR/>Inexistente, que ele completa<BR/>Eternamente com o poder da mente<BR/>Desse mesmo ente ausente<BR/>Que inexplicavelmente lhe completa<BR/>E faz poeta.<BR/><BR/>Pente Fino ( a Quintana)<BR/><BR/>O poeta afina a pena<BR/>sua<BR/>Chora<BR/>Descabela<BR/>Mas passa o pente fino na memória eterna<BR/>E a caspinha que cai<BR/>Serve de lanterna.<BR/><BR/>Afazeres ( a João Cabral)<BR/><BR/>Dar a todos os sentidos<BR/>A conformação de franja<BR/>Como se a sisudez do olhar<BR/>Fosse a antecipação da lança.<BR/><BR/>Criar esconsa geografia<BR/>Na gramática do sê-lo.<BR/>Dar ao cheiro<BR/>Seu silêncio e ao silêncio<BR/>O mais de exílio.<BR/><BR/>Mastigar, não pelas carnes<BR/>Mas o sêmen do que servem<BR/>Mais que sêmen: o cerne.<BR/><BR/>Ver o mar por seu repuxo,<BR/>Não pelo seu desassossego.<BR/>Ver o céu, não por seu estilhaço<BR/>Mas pelo que tem de vago.<BR/><BR/>Como se cada narina<BR/>Fosse excelentíssima pinça<BR/>Como se cada pupila<BR/>Fosse uma foice avessa:<BR/>Só rasgo.<BR/><BR/>Dar ao tato o mais do espanto<BR/>Pelo extrato do arrepio<BR/>Até mais que pelo hirsuto: o à postos<BR/>Que antecede o gozo.<BR/><BR/>Dar a todos os sentidos<BR/>A confirmação do anjo.<BR/><BR/>O Livro <BR/><BR/>O livro que se lê no claro<BR/>ensina o preto e branco aceso.<BR/>Antes do cérebro que refina,<BR/>as linhas se convertem unas.<BR/><BR/>Alteram rotas as colunas<BR/>e o livro surpreende aberto.<BR/>Certo e prático, sem cenas<BR/>de energia intensa em cima.<BR/><BR/>E como se dobrasse a esquina<BR/>Tenta o livro o pulo ao centro<BR/>Que a letra lenta desanima.<BR/><BR/>Mas contraído elide o cetro<BR/>da destreza, o que dá pena:<BR/>Descompassado, implode. Quieto.<BR/><BR/><BR/>Apenas<BR/><BR/>Dei minha palavra <BR/>ao poema<BR/>De que valeria à pena<BR/>Mas deu pena<BR/>Do poema<BR/>Ali fazendo cena<BR/>Enquanto a palavra<BR/>Me depenava.<BR/><BR/>Soneto <BR/><BR/>Se há uma flauta de fôlego contínuo<BR/>Que, findado o coro, persevera em som;<BR/>Tudo será passado sem destino<BR/>Tudo uma orquestra à interpretar neon...<BR/><BR/>Se, do contrário, a flauta sempre cala<BR/>E no descanso do seu som: a turba;<BR/>A hora muda e o tempo nada fala<BR/>Para que o instante do instrumento ecloda<BR/><BR/>Numa ilusão de farto afã, futura.<BR/>Uma ilusão bem vinda ao pé do ouvido<BR/>De que ao soar, o mundo mais se apura.<BR/><BR/>Mesmo seguindo um tempo pervertido<BR/>De um maestro que não se segura<BR/>Ante uma orquestra que não faz sentido.Unknownhttps://www.blogger.com/profile/03016526454987765394noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-84801869183983126912008-11-18T13:02:00.000-02:002008-11-18T13:02:00.000-02:00betina,você é uma coisa linda (rs).percebi há muit...betina,<BR/><BR/>você é uma coisa linda (rs).<BR/><BR/>percebi há muito.<BR/><BR/>veja, portanto, que mágica a vida: eu não a conheço pessoalmente, encontro-a apenas neste espaço, e, através do contorno de suas linhas ortográficas, consegui alcançar, compreender, perceber, partes dos contornos do seu ser.<BR/><BR/>pura maravilha!<BR/><BR/>grande beijo, querida!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-88991864569773032282008-11-18T01:58:00.000-02:002008-11-18T01:58:00.000-02:00Bom ler sobre Cabral, bom ler sobre poesia, bom le...Bom ler sobre Cabral, bom ler sobre poesia, bom ler você!<BR/><BR/>Voltarei mais vezes, Cícero!<BR/>Abçs,Aline Mirandahttps://www.blogger.com/profile/12967830275975841648noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-86953865250798122692008-11-18T00:57:00.000-02:002008-11-18T00:57:00.000-02:00Agradeço as palavras generosas de Adriano, Beto, F...Agradeço as palavras generosas de Adriano, Beto, Fred, Rosilene, Mariano, Paulinho, Lucas e -- last but not least -- Betina.<BR/><BR/>BeijosAntonio Cicerohttps://www.blogger.com/profile/16263107813619900521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-57967370444526939852008-11-17T23:47:00.000-02:002008-11-17T23:47:00.000-02:00AMADO POETA, MAIS UM POEMA AINDA BEBÊ: "PR...AMADO POETA,<BR/><BR/><BR/> MAIS UM POEMA AINDA BEBÊ:<BR/><BR/><BR/> "PROMESSA"<BR/><BR/><BR/><BR/>PROMETO NÃO TE AMAR DEMAIS,<BR/>MAS AMAR-TE INFINITAMENTE.<BR/>PROMETO NÃO TE DAR A PAZ<BR/>QUE PROCURAS EM MIM. NÃO SENTES<BR/><BR/><BR/>QUE PROMETO MAIS QUE O POEMA<BR/>PRETENDE COM SUAS ARMADILHAS,<BR/>QUE TODO AMOR APENAS TRILHA<BR/>POR TREVAS E ESTA VIDA ALGEMA?<BR/><BR/><BR/>PROMETO NÃO SÓ TE DEIXAR,<BR/>MAS DEIXAR NOSSO AMOR FLUIR<BR/>COM O QUE VIER. VEJO AQUI<BR/><BR/><BR/>MINHA PROMESSA TER LUGAR<BR/>EM TEU CORAÇÃO. QUE FARÁS?<BR/>PROMETO NAUFRAGAR EM TI.<BR/><BR/><BR/>ABRAÇO FORTE!<BR/>ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.ADRIANO NUNEShttps://www.blogger.com/profile/00383391694410580143noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-5193762948789183242008-11-17T22:46:00.000-02:002008-11-17T22:46:00.000-02:00AMADO POETA, BOA NOITE! "ESCAPE"SOU DO TE...AMADO POETA,<BR/><BR/><BR/> BOA NOITE!<BR/><BR/> <BR/><BR/> "ESCAPE"<BR/><BR/><BR/><BR/>SOU DO TEMPO<BR/>QUE NÃO VEIO.<BR/>SOU DE ALÉM<BR/>DA RAZÃO.<BR/><BR/><BR/>SÓ NÃO PENSO<BR/>EM TER FREIO.<BR/>SOU, MEU BEM,<BR/>MESMO VÃO.<BR/><BR/><BR/>ABRAÇO FORTE!<BR/>ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.ADRIANO NUNEShttps://www.blogger.com/profile/00383391694410580143noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-35998758487911608052008-11-17T21:53:00.000-02:002008-11-17T21:53:00.000-02:00pensador,eu me lembro quando, recentemente, surgiu...pensador,<BR/><BR/>eu me lembro quando, recentemente, surgiu aqui a possibilidade de divagar a respeito das afirmações de João Cabral, <BR/>divagamos, já que você nos permite com toda a generosidade,<BR/>mas é evidente que tudo amplia e toma rumo diante da lanterna e da pena que você utiliza.<BR/><BR/>obrigada!<BR/><BR/>grande abraço!<BR/><BR/>PS: Paulinho, um abraço com todo o entusiasmo que você merece! obrigada pela delicadeza. seus textos são ótimos! <BR/>assim como os outros companheiros de "janelinha" e comentários, eu o admiro.Eleonora Marino Duartehttps://www.blogger.com/profile/06226381690324290419noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-83011171642003079642008-11-17T21:50:00.000-02:002008-11-17T21:50:00.000-02:00AMADO CICERO, Acabei de assistir à entrevista que...AMADO CICERO,<BR/><BR/><BR/> Acabei de assistir à entrevista que você deu a TV Cronópios! Você realmente é a humildade em pessoa! Vida longa e graças todas para você, grandiossíssimo poeta!<BR/><BR/><BR/><BR/>ABRAÇO FORTE!<BR/>ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.ADRIANO NUNEShttps://www.blogger.com/profile/00383391694410580143noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-42979304865509570172008-11-17T20:03:00.000-02:002008-11-17T20:03:00.000-02:00Poesia - forja rica de metais lavrados.Miríade de ...Poesia - forja rica de metais lavrados.<BR/><BR/>Miríade de versos. Simplicidade. Exatidão.<BR/><BR/>Encantamento e magnitude. Criação. <BR/><BR/>Sendo poeta, entre a beleza e a palavra, sou quem desnuda.<BR/><BR/>Sinto. Expresso. Desejo. Almejo.<BR/><BR/>Sou eu quem luta. Quem comemora.<BR/><BR/>Quem pende a fronte após a queda.<BR/><BR/>Sou quem mistura o ócio e a virtude,<BR/><BR/>a guerra e a ilusão, a água e a areia.<BR/><BR/>A poesia, não. A poesia é crueldade, egoísmo. <BR/><BR/>É coisa fria, usurpadora, sem compaixão.<BR/><BR/>É a mulher entregue ao frio, <BR/><BR/>enquanto o fogo do poeta vira gelo em sua mão.leohttps://www.blogger.com/profile/17227863937566009345noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-89985228745380642082008-11-17T12:20:00.000-02:002008-11-17T12:20:00.000-02:00que bom que você gostou do meu texto, adriano.porq...que bom que você gostou do meu texto, adriano.<BR/><BR/>porque gosto muito do que você (e do que outras pessoas, como o lucas nicolato, como a betina) escreve, mesmo que esta minha satisfação pela qualidade dos textos de vocês não seja aqui explicitada. isso acontece mais por vergonha; tenho horror a parecer afetado, em passar algo de cabotino no que possa escrever. por isso prefiro me eximir de quaisquer comentários aos textos dos que freqüentam e escrevem nesta página. só escrevo a alguém quando sou por alguém abordado. (como agora, por exemplo.) <BR/><BR/>mas a admiração por você (e pelo lucas, e pela betina) anda aqui, comigo. pode não parecer, mas ela existe, acredite. ;-) <BR/><BR/>um beijo grande em você!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-25448327335592953422008-11-17T10:45:00.000-02:002008-11-17T10:45:00.000-02:00Caro Antonio,Muito boa sua reflexão. Acho que você...Caro Antonio,<BR/><BR/>Muito boa sua reflexão. Acho que você entendeu (e nós entendemos com a sua ajuda) coisas essenciais à criação artística. Talvez o maior impecilho para a profusão de grandes artistas seja esse: quem estará disposto a exigir de si mesmo tanto e ainda assim prosseguir?<BR/><BR/>Gostaria apenas de lembrar que mesmo aqueles artistas que pregam que é verdadeiro apenas o que é espontâneo (e isso não não se opõe de forma alguma ao seu argumento), muitas vezes eles mesmos tem muito trabalho em encontrar essa "espontaneidade". Só que é um esforço nem sempre consciente.<BR/><BR/>Seu artigos costumam ser excelentes, mas fico ainda mais feliz quando encontro aqui algo sobre a natureza da poesia e do trabalho poético - sempre me inspira a novas criações.<BR/><BR/>grande abraço,<BR/>lucasLucas Nicolatohttps://www.blogger.com/profile/14525082863888278261noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-48712891455564066292008-11-17T01:55:00.000-02:002008-11-17T01:55:00.000-02:00AMADO CICERO, SAUDADE, SAUDADE, SOL DESTA CIDADE...AMADO CICERO,<BR/><BR/><BR/> SAUDADE, SAUDADE, SOL DESTA CIDADE:<BR/><BR/><BR/> "NOITE SECA"<BR/><BR/><BR/><BR/>DA JANELA DO QUARTO DO HOTEL<BR/>CONSIGO VER A MINHA POESIA<BR/>PERCORRER, EM SILÊNCIO, ESSA CIDADE.<BR/>ACENDO UM CIGARRO. AS MINHAS CERTEZAS,<BR/>QUE PENSAM, NESTA NOITE, DO PORVIR?<BR/>OS MEUS MEDOS POR ONDE VAGARÃO?<BR/>POR QUE AGORA TUDO ME DESESPERA?<BR/>VOLTO AO CÁRCERE SECO DO PAPEL<BR/>EM BRANCO. TUDO QUE TENTO FAZER<BR/>É DESVENCILHAR-ME DO CORAÇÃO.<BR/><BR/><BR/>DA JANELA DO QUARTO OBSERVO A VIDA<BR/>DESFAZER SUAVEMENTE OS MEUS SONHOS.<BR/><BR/><BR/>A SAUDADE NÃO ME APAVORA, MAS<BR/>EU NUNCA SEI BEM A QUE ME PROPONHO.<BR/>TUDO É MESMO DENSO E DESCONHECIDO,<BR/>PAISAGEM PERDIDA NAS ENTRELINHAS.<BR/>O CALOR DILACERA AS ESPERANÇAS<BR/>QUE, SEM ESPERANÇA DE NADA, SOMEM.<BR/>LANÇO-ME À ROTINA DA SOLIDÃO.<BR/>FECHO A JANELA. SÓ O MUNDO LÁ FORA<BR/>PONDERA A SUA PERIGOSA EXISTÊNCIA.<BR/>A CIDADE DESISTE ASSIM DE MIM.<BR/><BR/><BR/>ABRAÇO FORTE!<BR/>ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.ADRIANO NUNEShttps://www.blogger.com/profile/00383391694410580143noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-89829442894358223022008-11-16T23:15:00.000-02:002008-11-16T23:15:00.000-02:00AMADO CICERO, FIZ ESSE POEMA QUANDO VOLTEI DA L...AMADO CICERO,<BR/><BR/> FIZ ESSE POEMA QUANDO VOLTEI DA LIVRARIA APÓS COMPRAR O LIVRO "OS CANTOS" DE EZRA POUND - TRADUÇÃO DE JOSÉ LINO GRÜNEWALD.<BR/><BR/><BR/> "REVERSO"<BR/><BR/><BR/><BR/>PUSERAS NO CORAÇÃO<BR/>ESSA DELICADA FLOR.<BR/>POR QUE NÃO ME PERMITI<BR/>AMAR OS TEUS DESENGANOS?<BR/><BR/><BR/>ESSA PROMESSA TÃO FRIA<BR/>NÃO ME SUFOCA POR QUÊ?<BR/>DE MIM TUDO QUE RESTOU<BR/>AGORA SOÇOBRA EM VÃO.<BR/><BR/><BR/>POR QUE NÃO VINHAM DE TI<BR/>MEUS VERSOS ALAGOANOS?<BR/>TODOS OS TONS DO VIVER<BR/><BR/><BR/>PUSERAS EM NOSSOS DIAS.<BR/>O QUE NOS COMPLETARIA<BR/>POR QUE NÃO SÓ CONCEBER?<BR/><BR/><BR/>P.S.: PAULINHO, GOSTEI MUITO DO QUE VOCÊ ESCREVEU! UM ABRAÇO FORTE!<BR/><BR/><BR/>ABRAÇO FORTE!<BR/>ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.ADRIANO NUNEShttps://www.blogger.com/profile/00383391694410580143noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-91232699616921866362008-11-16T21:08:00.000-02:002008-11-16T21:08:00.000-02:00pois é,para mim: uma das grandes graças de debruça...pois é,<BR/><BR/>para mim: uma das grandes graças de debruçar-se em um poema está exatamente no exercício-desafio que ele propõe/pode propor, pondo em cheque qualquer tipo de conhecimento já alcançado. talvez, esse seja o grande barato e o grande desafio da poesia; e, nesse aspecto, acho que esta se assemelha à vida (vejam bem: ressaltei que a poesia se assemelha à vida no aspecto dos DESAFIOS que a poesia pode propor e que a vida, independente de nossa vontade, im/pro-põem. a existência, por mais que se queira, não pode ser por toda domada, como acontece quando se doma os versos através de fôrmas poéticas): aqueles que partem para a vida com o ar de que sabem e entendem tudo podem, e normalmente o fazem, transformar suas vidas, de modo geral, numa grande chatice, num grande tédio, numa coisa que se enxerga como sem desafios. aí, tudo fica sem graça, não se tem ânimo pra nada. algumas pessoas que integram esse grupo (vejam bem mais uma vez: escrevi "ALGUMAS pessoas" desse grupo, não TODAS) têm, por vício, "viver no passado" (frase que, por si só, já é um grande paradoxo). apoderam-se de um tempo que não é mais delas, nem de ninguém - pois, como o tempo passou e é abstrato, ninguém pode retê-lo para si -, dizendo que tudo o que há, hoje, na realidade que as cerca (e que, no fundo, é o tempo delas, pois é o único a existir), é chato, enfadonho, desestimulante, pois, devido ao acúmulo de conhecimentos obtidos vida afora, elas sabem e estão seguras de que "no tempo delas", ou seja, no tempo passado, tudo era melhor, tudo era mais colorido, tudo era mais vibrante. partem pra essa postura porque se vêem muito certas de si, conhecedoras de tudo. a existência passa a ser olhada como se prosseguisse sem desafios. e os desafios, nesse sentido, nos colocam, sempre, na posição de aprendizes, na posição de quem sempre se dispõem a vê-los, a percebê-los na vida desde o raiar do dia até o seu findar. no referido aspecto, os conhecimentos anteriores não são de muita valia e a vida torna-se uma sempre aventura, algo a ser descoberto, algo a ser criado. <BR/><BR/>poesia sem os desafios, ou seja, poesia feita a partir de conhecimentos prévios, em fôrmas, torna-se desestimulante. (para mim.)<BR/><BR/>adorei o texto!<BR/><BR/>beijo grande!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-52405222416670643352008-11-16T18:23:00.000-02:002008-11-16T18:23:00.000-02:00Prezado A. Cicero,Estas questões são fundamentais ...Prezado A. Cicero,<BR/>Estas questões são fundamentais para a excelência dos criadores de poesia.Aos leitores,não muito importa o grau de dificuldade do processo de criação,e a avaliação é genuinamente mais simples: os bons poemas imprimem sua marca na alma de todos nós, e os ruins são fadados ao esquecimento (nem sempre o efeito estético é proporcional ao trabalho do artesão do verso).<BR/>Abraço.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-30240845750359172272008-11-16T16:56:00.000-02:002008-11-16T16:56:00.000-02:00Caro Adriano,É claro que não há receitas que sirva...Caro Adriano,<BR/><BR/>É claro que não há receitas que sirvam para todo o mundo. Cada poema é uma coisa. E é claro que não é o tempo que um poeta gasta para fazer um poema que determina que ele seja bom ou ruim. E creio ter deixado claro que a questão não é recomendar ou condenar versos livres ou rimados, ou procedimentos experimentais ou tradicionais. <BR/><BR/>Meu artigo chama atenção para o fato de que tanto o artista que despreza o trabalho e a técnica quanto aquele que confia totalmente no trabalho e na técnica já adquiridas acha que já sabe tudo aquilo de que precisa para produzir obras memoráveis. Por isso, cada um deles pensa que não precisa aprender mais nada. Cada um deles já está satisfeito consigo mesmo. <BR/><BR/>Ora, parece-me que esse tipo de autocomplacência favorece a produção e a publicação de bobagem. A intenção do meu artigo é apenas provocar os artistas excessivamente seguros a exercerem o que considero uma saudável desconfiança em relação ao seu próprio trabalho, através do desafio que Cabral lança, quando diz que “o poeta é aquele que nunca aprende a escrever”. <BR/><BR/>AbraçoAntonio Cicerohttps://www.blogger.com/profile/16263107813619900521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-81303645303772296582008-11-16T16:52:00.000-02:002008-11-16T16:52:00.000-02:00AMADO CICERO, LEMBRANÇAS DA MINHA FAMÍLIA E DOS M...AMADO CICERO,<BR/><BR/><BR/> LEMBRANÇAS DA MINHA FAMÍLIA E DOS MEUS AMIGOS:<BR/> <BR/> "VESTÍGIOS DO LAR" (Para Neuma Lima Santos)<BR/><BR/><BR/><BR/><BR/>TENHO SAUDADE DAS TARDES DE SÁBADO<BR/>QUANDO REUNIDA TODA A FAMÍLA,<BR/>POETICAMENTE NOS ENTREGÁVAMOS,<BR/>RECITANDO VERSOS, REVENDO A VIDA.<BR/><BR/><BR/>TENHO LEMBRANÇAS DISSO VALIOSAS<BR/>E TUDO QUE ME VEM AGORA SERVE,<BR/>AO MEU VAZIO, DE REFÚGIO, ALÍVIO.<BR/>POR QUE MEU SONHO DEVE DISSOLVER<BR/><BR/><BR/>O PASSADO? POR QUE PARA NINGUÉM<BR/>A VERDADE NÃO VALE SEQUER NADA?<BR/>POR QUE DESVENDAR ASSIM O AMANHÃ?<BR/><BR/><BR/>TENHO SAUDADE DAS TARDES DE SÁBADO<BR/>QUANDO REUNIDA TODA A FAMÍLIA,<BR/>VIOLENTAMENTE NOS SEPARÁVAMOS.<BR/><BR/><BR/><BR/>ABRAÇO FORTE!<BR/>ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.ADRIANO NUNEShttps://www.blogger.com/profile/00383391694410580143noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-14029499246364399112008-11-16T12:39:00.000-02:002008-11-16T12:39:00.000-02:00Amo seus artigos, aprendo muito.abraçoAmo seus artigos, aprendo muito.<BR/>abraçorosilene fonteshttps://www.blogger.com/profile/00838832674733387151noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-35273669345652543752008-11-16T09:22:00.000-02:002008-11-16T09:22:00.000-02:00No latifúndio da poesia,João Cabral foi senhor abs...No latifúndio da poesia,<BR/>João Cabral foi senhor absoluto.<BR/> <BR/>A palavra exata, cova rasa,<BR/>era dele, morte e vida.<BR/><BR/>Abraço-oFred Matoshttps://www.blogger.com/profile/08560731553189696807noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-12739905273165086392008-11-16T08:16:00.000-02:002008-11-16T08:16:00.000-02:00já tinha lido esse texto do joao cabral do qual fa...já tinha lido esse texto do joao cabral do qual falas e feito uma reflexao semelhante mas transpondo pra pintura.<BR/>eu faço um paralelo entre van gogh e vermeer. <BR/>existe uma pintura tempestuosa como a de vangogh, ele pintava varios quadros numa tarde(a poesia de rimbaud?). mas você tem uma pintura acumulativa como a de vermeer, ele pintou relativamente poucos e pequenos quadros durante um largo tempo. <BR/>essas duas posturas podem viver juntas numa mesma pessoa? se traduziria numa maneira também de escrever poesia?<BR/>sao perguntas que me alegro de encontrar. tem um poema lindo do juan jimenez:<BR/><BR/>al soneto con mi alma<BR/><BR/>Como en el ala el infinito vuelo, <BR/>cual en la flor está la esencia errante, <BR/>lo mismo que en la llama el caminante <BR/>fulgor, y en el azul el solo cielo; <BR/>como en la melodía está el consuelo, <BR/>y el frescor en el chorro, penetrante, <BR/>y la riqueza noble en el diamante, <BR/>así en mi carne está el total anhelo.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-82118675744972243592008-11-16T02:04:00.000-02:002008-11-16T02:04:00.000-02:00GRANDE CICERO, O TEMPO DEDICADO A UM POEMA NÃO N...GRANDE CICERO,<BR/><BR/><BR/> O TEMPO DEDICADO A UM POEMA NÃO NECESSARIAMENTE QUER DIZER QUE O POEMA TENHA MÉRITO "TEMPORAL" "MEMORÁVEL". HÁ POETAS QUE ESCREVEM NUMA VELOCIDADE INCRÍVEL E NEM POR ISSO OS SEUS POEMAS DEIXAM DE SER TRABALHADOS OU PENSADOS. É COMO UMA PERGUNTA - OU RESPONDEMOS A ELA COM RAPIDEZ E SIMPLICIDADE OU SIMPLESMENTE ARGUMENTAMOS COM TODOS OS MEIOS POSSÍVEIS PARA QUE ELA SE COMPLETE E NÃO DEIXE FRESTAS PARA ARGUMENTAÇÕES.<BR/> O FATO DE SER LIVRE OU RIMADO, METRIFICADO, TOANTE,VAZANTE,CONCRETO OU INVISÍVEL UM POEMA, NÃO COMPROMETE EM SI O SEU VALOR OU A SUA GRANDEZA DIMENSIONAL. POR TRÁS DE CADA POEMA SEMPRE HÁ SEGREDOS IMPENSÁVEIS E NÃO REVELADOS. O POEMA EXIGE MUITO DO AUTOR, MAS É CLARO QUE NEM TODOS - E SÃO MUITOS - POSSUEM TAL BRILHO. A FACILIDADE DE FAZER UM POEMA IMPLICA EM SUA DIFICULDADE INTRÍSECA DE NASCER PARA A EXIGÊNCIA DO PRÓPRIO POEMA: A POESIA SÓ CONSEGUE CHEGAR A SER O QUE ELA É QUANDO NÃO MAIS PRECISA ALCANÇAR COISA ALGUMA. OS PADRÕES QUE, NÓS POETAS, TENTAMOS SEGUIR OU NÃO, SÃO INERENTES ÀQUELE MOMENTO DO POEMA. POR ISSO, JOÃO ERA A FAVOR DO VERSO BRANCO E DEPOIS MUDOU DE OPINIÃO - NÃO QUE A MUDANÇA FOSSE RADICAL EM SI, MAS PERCEBENDO O POETA E INDICANDO, SENTINDO QUE, COMO UM ARTESÃO, UM POEMA DEVIA SER TRABALHADO PARA ELIMINAR A SUA FÁCIL EXISTÊNCIA, CONCLUIU QUE TODO POEMA NÃO DEVA SER ISSO OU AQUILO SOMENTE, MAS UMA FORÇA MAIOR QUE A PRÓPRIA INSPIRAÇÃO, QUE A PRÓPRIA CRIAÇÃO - OU SEJA - QUE O POEMA TEM QUE ROMPER OS LIMITES DO QUE POSSA VIR A SER. <BR/><BR/><BR/><BR/>ABRAÇO FORTE!<BR/>ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.ADRIANO NUNEShttps://www.blogger.com/profile/00383391694410580143noreply@blogger.com