tag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post1501653501591204243..comments2024-03-15T11:34:24.681-03:00Comments on ACONTECIMENTOS: Heidegger, Descartes e a razãoUnknownnoreply@blogger.comBlogger89125tag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-17739203477886879182010-06-25T22:50:58.483-03:002010-06-25T22:50:58.483-03:00Prezados debatedores,
Give to Caesar what is Caes...Prezados debatedores,<br /><br />Give to Caesar what is Caesar's <br /><br />Nunca me fiei em autoria nem nas precedências, porquanto julgo salutar toda discussão elegante no plano filosófico; mas só estou pontuando uma certa diacronia, a saber:<br /> wilson luques costa disse...<br /><br />Prezado Antonio Cicero,<br /><br />O CÉREBRO UM PRESENTE DE DEUS, DO MÍSTICO OU DOS DEUSES? <br /><br />Grato pelo retorno. O seu livro eu venho lendo e compreendendo e não compreendendo. É um livro cheio de citações, difícil etc, e quando o não entendo largo-o para ler umas leituras mais amenas para mim, a saber, Schopenhauer, Cioran, Nietzsche, Ortega Y Gasset ou os parcos rudimentos gramaticais incipientes e insipientes do grego e do hebraico... Quanto ao livro da cia das letras, eu vou checar na minha parca biblioteca. Mas como dizia Descartes: eu penso que as coisas devem ser claras e distintas e eu tenho sempre um estranhamento aos estranhos escritos e às não-respostas e/ou respostas-evasivas; e olha que eu não tenho dificuldade em ler em grego noésis, noemata e até diferenciar um nominativo no singular e no plural e não confundir acusativo com o mesmo nominativo. Quanto às perguntas que faço, não vejo de mau tom questionarmos acerca; porque me parece que o cogitare é menos um pensamento movido -- até mesmo a definição do que é pensar torna-se um tanto obscura e indefinível. Será que o sonho, o devaneio, a esquizofrenia, a paranoia são tipos de pensamentos - (pensamentos não movidos pela ´consciência´)? Aliás, se o homem herdou essa capacidade de raciocinar (o cérebro) e se o cérebro evoluiu, se, de fato, evoluiu, isso não me parece advindo pela razão (tout court dóra physis) -- a razão vindo a posteriori. Será que o homem em sua evolução, se realmente evoluiu, passou pelos 4 estágios piagetianos, até atingir (hodie)- alguns - a sua adolescência ou maturidade no lógico-formal? Foi com Descartes, então, que alguns homens´ saíram de seu egocentrismo e de sua lalía, para tornarem-se homines técnico-racionais? É, pelo que leio de seus escritos, o que me parece. Por isso, não olvide de agradecer a Deus, ao místico ou aos deuses por isso.<br />grato, na esperança de relevar o meu bom ou mau-humor...<br />vanitas vanitarum<br />Alguém já disse uma vez que toda ´UNANIMIDADE É BURRA´<br /><br />5 de junho de 2010 14:04wilson luques costanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-24235591929618759392010-06-25T17:18:38.659-03:002010-06-25T17:18:38.659-03:00Edson, antes de puxar o freio e saltar da carruage...Edson, antes de puxar o freio e saltar da carruagem, esqueci-me de lhe dizer algumas coisas:<br />1) Os nossos cérebros, de acordo com a teoria da evolução, com seleção natural, gradualismo, multiplicação das espécies, origem comum etc, descendem de protocérebros primitivos. Por possuírem vantagens evolutivas, sobreviveram e deixaram descendentes os protocérebros que, coordenando melhor as sensações, formaram melhores percepções, e dentre esses, aqueles que, coordenando melhor as percepções, formaram melhores conceitos, juizos, teorias etc. Nesse processo evolutivo, as redes neuroniais tornaram-se mais e mais complexas e mais e mais flexíveis, tornando possíveis pensamentos mais e mais complexos e profundos.<br />Essa é, pois, a origem biológica dos grandes produtos intelectuais da humanidade.<br />2) Os conceitos de causa, espaço, tempo etc não caíram do céu; provieram todos da experiência. Já no útero materno, mergulhados no líquido amniótico, os fetos aprendem que não podem colocar a mãozinha direita no lugar da esquerda, pois dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço; aprendem que a passagem de qualquer mãozinha da posição A para a posição B não é instantânea, leva algum tempo para ser realizada; que a batida da mão direita na esquerda provoca dor e que esse sofrimento tem uma causa etc.<br />3) As proposições científicas não provam nada, apenas são confirmadas ou não pela experiência; sua verdade é provisória enquanto persistir a confirmação experimental. Os cientistas se contentam com a provisoriedade das suas proposições. Só os filósofos dogmáticos, os religiosos etc. ambicionam verdades absolutas. Não suportam a efemeridade das suas afirmações, como não suportam a efemeridade das suas vidas.<br />4) A ciência avança além dos fenômenos. Somente se detém no fenômeno, o ianomani que vê um pequeno disco luminoso se erguer diariamente no céu e se esconder no final da tarde. O cientista, indo além do fenômeno, nos diz que se trata, não de um círculo, mas de uma esfera brilhante cujo volume é um milhão e trezentas mil vezes maior que o da Terra e que o movimento aparente não se deve ao movimento dessa esfera, mas ao movimento da Terra em torno de si mesma.<br />5) Precisamos pensar com as nossas próprias cabeças. Há pessoas que sentem orgasmos múltiplos ao lerem frases obscuras em alemão. Os cientistas não se preocupam em dizer em alemão que o “tempo é o amadurecer da temporalidade”. Como pessoas de bom senso, tratam de medí-lo. E o resultado é que não ficam dois mil anos discutindo o que é e o que não é. O resultado é que, depois de apenas quatro séculos de ciência, você pode ver e conversar com um amigo no Japão, mediante um simples apertar de teclas no computador, coisa que nenhum Descartes, no seu tempo, sonharia ser possível. <br />6) Qualquer garoto da área rural sabe que, quando a mãe corta o pescoço da galinha para fazer uma canja, a galinácea deixa de cacarejar, ou seja, deixa de dizer ao mundo que botou um ovo. Não ria, estou falando sério. Todos os que possuem cérebro pensam.<br />A diferença entre os cérebros humanos e os demais é apenas de ordem qualitativa e quantitativa, não de essência. Isso é o que nos diz a teoria da origem comum.<br />Era o que tinha a dizer para encerrar o batepapo. Grato pela atenção.Afrânionoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-62230813418985425832010-06-24T19:04:56.951-03:002010-06-24T19:04:56.951-03:00Edson, em 21 de junho p.p. fiz-lhe duas perguntas ...Edson, em 21 de junho p.p. fiz-lhe duas perguntas que, na verdade, se resumem numa só. Você diz que respondeu, mas, na verdade, não o fez. Custa-me acreditar que você não saiba em que parte do seu organismo foi elaborada a explicação que me enviou em 16 de junho p.p. Queria tão-somente a SUA opinião, não a de Margenau, Eccles, Prauss e outros. Você tem se recusado sistematicamente a dizer que é o cérebro o órgão que elabora o pensamento. Qual terá sido o filósofo que lhe incutiu no cérebro a posição que defende? Não terá sido Descartes? No “Discurso sobre o método”, logo depois do “penso, logo existo” afirma ele que “...EU era uma substância cuja essência ou natureza consiste exclusivamente em pensar e que, PARA EXISTIR, NÃO PRECISA DE NENHUM LUGAR, NEM DEPENDE DE NADA MATERIAL de forma que EU, isto é, A ALMA, pela qual eu sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo...” e “...MESMO QUE O CORPO NÃO EXISTISSE, A ALMA NÃO DEIXARIA DE SER TUDO O QUE É.” Em suma, para Descartes, a alma, entidade inteiramente distinta do corpo e que existe mesmo quando inexiste o corpo, é quem elabora o pensamento. Se, de fato, essa é a sua crença, respeito o seu direito de tê-la, paro por aqui e desisto definitivamente de prosseguir tentando convencê-lo de que ela não é razoável. Grato pela atenção.Afrânionoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-85176489054971574442010-06-23T18:03:04.008-03:002010-06-23T18:03:04.008-03:00Afrânio, não estou aqui para ensinar ninguém. Já r...Afrânio, não estou aqui para ensinar ninguém. Já respondi às suas perguntas. Mas parece que vc não quer entender. Como valoriza a ciência, talvez fosse melhor ler autores como John Eccles e Henry Margenau. Abraço e boa sorte, edgAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-71701301455562327972010-06-21T15:48:04.191-03:002010-06-21T15:48:04.191-03:00Edson, mais uma vez repito: frequento este blog pa...Edson, mais uma vez repito: frequento este blog para aprender. E para isso, pergunto. O que eu pergunto é simples: que órgão humano elabora o pensamento racional? A explicação, que você teve a gentileza de me enviar no comentário de 16 de junho p.p., foi construída em que parte do seu corpo? Muito obrigado pela atenção.Afrânionoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-71413702751101701202010-06-16T18:34:45.877-03:002010-06-16T18:34:45.877-03:00Afrânio,
Não tenho nada contra a metafísica moder...Afrânio,<br /><br />Não tenho nada contra a metafísica moderna.<br /><br />Segundo você, a ciência prova que o cérebro é a causa do pensamento. (Eu acho que não prova.) Essa prova científica pressupõe a causalidade. Mas o que é a causalidade? A ciência pode provar a causalidade, que ela pressupõe nas suas provas? Não pode. A crença na causalidade não é científica, mas metafísica: o fisicalismo é uma doutrina metafísica ingênua.<br /><br />Segundo Gerold Prauss, filósofo alemão contemporâneo, as proposições científicas são empíricas e se referem à empiria. Enquanto as proposições filosóficas, embora também se refiram à empiria, não são empíricas, mas a priori.<br /><br />O que você chama de metafísica fantasmagórica constitui o que Prauss, seguindo Hegel (sensível suprassensível) e outros, chama de "má metafísica": proposições empíricas sobre aquilo que não é empírico.<br /><br />Ab.,<br />edgAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-15497908009095670812010-06-15T20:12:56.760-03:002010-06-15T20:12:56.760-03:00Caro Edson, fiz-lhe essa provocação porque anterio...Caro Edson, fiz-lhe essa provocação porque anteriormente você me aplicou três rótulos desacompanhados de comprovação: metafísico, fisicalista e falacioso. Pode me chamar de fisicalista e falacioso, mas, pelo amor de Deus, não me chame de metafísico. Falando sério: é sim função da ciência, embora você não goste, dizer de onde vêm as coisas, em particular, o pensamento, qualquer que seja o tipo dele. Pergunto-lhe: o pensamento racional é produto de qual órgão? Ou não é produto de nenhum órgão humano? Mas, então, que entidade fantasmagórica é essa que o produz? Quem é o metafísico aqui, meu caro? Um abraço.Afrânionoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-7055535349335473112010-06-14T17:59:25.611-03:002010-06-14T17:59:25.611-03:00"Aceito prontamente que o cogito proveio do c..."Aceito prontamente que o cogito proveio do calcanhar de Descartes, se a neurociência me afirmar isso."<br /><br />Desculpe-me, Afrânio, mas, mesmo se tivesse tempo, eu não me disporia a discutir com quem faz uma afirmação como essa. Muito menos num espaço como este.<br /><br />Ab.,<br />edgAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-52891688542835749242010-06-14T12:08:26.980-03:002010-06-14T12:08:26.980-03:00Caro Edson, reconheço que, em virtude da pequena d...Caro Edson, reconheço que, em virtude da pequena disponibilidade de tempo de que dispõe, você não pode me dar uma resposta mais ampla. Repito, pois, o meu questionamento na esperança de que algum outro comentador me possa satisfazer. Diz você que “do fato de o pensamento racional depender de alguma forma do cérebro, não se segue, necessariamente, que o pensamento racional seja um produto do cérebro”. Espero que você não esteja supondo que bolas de soprar, de festas infantís, cheias de pensamento racional, flutuem sobre as cabeças dos filósofos e que, eles, com um simples esticar de braço, apanhem uma, ao gosto de cada um, um pensamento azul, aqui, outro vermelho, ali, outro amarelo, acolá. Aceito prontamente que o cogito proveio do calcanhar de Descartes, se a neurociência me afirmar isso. Um abraço, e, mais uma vez, muito grato pela atenção.Afrânionoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-11286534731942010552010-06-12T23:06:49.247-03:002010-06-12T23:06:49.247-03:00Prezados endoxos, zetéticos kaí kaí erísticos,
A ...Prezados endoxos, zetéticos kaí kaí erísticos,<br /><br />A matemática é racional? O espaço e tempo kantianos onde se dão? Onde a mente situa-se? O que dizer das dízimas? Tentem reduzir à base 2, 2º -- ou qualquer outro exponencial do tipo!... Por onde Descartes evidencia a sua dúvida? Com o que Descartes elabora ou engendra os seus conceitos para duvidar? Será que conceituaria o mundo sem os objetos sensíveis como estrutura basilar para os seus sentidos no que possivelmente resultou ns sensações e/ou percepções gestaltianas, fenomenológica ou não -- como queiram?wilson luques costanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-91013058009544793002010-06-12T16:59:20.546-03:002010-06-12T16:59:20.546-03:00Afrânio, espero que o Cicero encontre algum tempo ...Afrânio, espero que o Cicero encontre algum tempo para responder a você, pois eu estou simplesmente atolado. Direi apenas o seguinte.<br />As proposições científicas são empíricas e falíveis. O pensamento puramente racional não é empírico, e portanto não é objeto das ciências positivas. Os neurocientistas não têm nada a dizer sobre a razão pura, "objeto" da reflexão filosófica. Como disse, do fato de o pensamento racional depender de alguma forma do cérebro não se segue, necessariamente, que o pensamento racional seja um produto do cérebro. Ab., edgAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-19817015006269102912010-06-12T14:06:24.616-03:002010-06-12T14:06:24.616-03:00Edson, frequento este blog para aprender. Quando d...Edson, frequento este blog para aprender. Quando deparei com impasse Cícero x Tuffani no tocante à relativização da razão, um dizendo que relativizá-la é desqualificá-la, e o outro, que relativizá-la não é desqualificá-la, esbocei uma teoria como ponto de partida para o meu entendimento da questão. Não tenho a menor dificuldade em alterá-la ou abandoná-la. se for o caso. A meu pedido, você precisou os significados do têrmo razão, dos quais os dois primeiros me parecem mais relevantes no momento. Para efeito de referência rápida, chamo o primeiro de razão-produto e o segundo, razão-atividade. Supus que ambas as espécies de razão provém do cérebro humano, e naquela ocasião, fiz referência aos neurocientistas porque acho que uma filosofia respeitável tem que levar em conta a ciência contemporânea, a astronomia, por exemplo, e não a astrologia. Se os neurocientistas me disserem que o pensamento provém do pâncreas, quem sou eu para desmentí-los? <br />Em 8 de junho, você declarou que não via razão alguma para aceitar como absolutas, universais e necessárias as proposições enunciadas por uma mente relativa, individual e contingente. Em 10 de junho, você, possuidor de uma mente relativa, individual e contingente, afirmou que “As leis básicas ou princípios da lógica, como o da identidade, são exemplos de proposições universais e necessárias.” Desculpe-me, mas em que ficamos? Você tem condições de enunciar ou não as leis básicas da lógica? Quem enuncia as leis básicas da lógica se não o portador de um cérebro humano?<br />Essa era a minha posição decorrente da teoria de que a razão é relativa pois dependente do cérebro humano. Como sabemos, um cérebro com demência senil produz pensamentos de baixa qualidade. No entanto, com o prosseguimento do debate, percebi que a disputa se dava em torno de outro conceito de “relativo”. Um conceito de relativo que se assemelha a inadequado, parcial, não exaustivo, até mesmo chegando a subjetivo, imperfeito, tendencioso, medíocre. <br />E agora, lendo a réplica do Cícero ao último artigo do Tuffani na Folha, vejo que o primeiro comprova que o filósofo alemão pretendeu realizar uma boa – na opinião do próprio Heidegger - relativização dos conceitos ontológicos fundamentais: uma "comprovação da procedência dos conceitos ontológicos fundamentais com exposição investigadora das suas 'certidões de nascimento'", tendo em vista "delimitar [a tradição ontológica] em suas possibilidades positivas"; e complementando: "e isso sempre quer dizer em seus limites". <br />Ora, se Cícero acha que a razão-atividade, no meu jargão, deve ser absoluta no sentido de poder criticar tudo, inclusive a si própria, nos dois sentidos citados por você, entendo que, de algum modo, a considera, em certos aspectos e em certos momentos, digna de correção, o que justificaria a referida crítica. Daí, se seguiria que o que Heidegger se propôs fazer era perfeitamente legítimo: uma crítica da razão. Ou seja, relativizá-la, no sentido de criticá-la, não seria, a priori, desqualificá-la. Espero de Cícero a gentileza de me esclarecer em que consiste criticar a razão e qual é a diferença entre criticar a razão e relativizá-la. <br />Agradeço-lhe a atenção e ao Cícero a possibilidade que nos dá de participar deste debate.Afrânionoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-79397574214594393962010-06-10T17:31:02.872-03:002010-06-10T17:31:02.872-03:00Prezados,
Aliás de qual razão estamos falando? Do...Prezados, <br />Aliás de qual razão estamos falando? Do princípio da identidade; do princípio da não-contradição; do princípio do terceiro-excluído ou do princípio da razão suficiente? Outro ponto: se falamos em subjetividade como poderíamos abdicar do cérebro? Se o sol é mesmo o centro e se a terra gira no seu entorno numa elipse (vejam as minhas ressalvas) isso nunca dependeu da razão do homem ou dependeu? O homem com o seu órganon apenas confirmou (se confirmou) aquilo que já estava posto na physis? Isso me lembra muito o menino orgulhoso por descobrir algo no álbum de figrinha e ir correndo ao pai contar-lhe a sua sensacional façanha: - Papai, o senhor sabia que Pelé foi tri-campeão mundial pelo Brasil? - Sim, filhinho, seu papai (eu aqui) foi campeão sim e ainda por cima jogava no Santos. Com efeito, Pelé ficou orgulhoso com a razão do menino seu filho e ainda por cima sorriu-lhe um sorriso de pilhéria ou mesmo, por que não dizer, até mesmo de escárnio.wilson luques costanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-5545971997572320152010-06-10T17:30:48.243-03:002010-06-10T17:30:48.243-03:00Edson,
o que penso sobre Heidegger se encontra no...Edson,<br /><br />o que penso sobre Heidegger se encontra no § 19 de "O mundo desde o fim" e no ensaio "A sedução relativa", na coletânia "O silêncio dos intelectuais".<br /><br />AbraçoAntonio Cicerohttps://www.blogger.com/profile/16263107813619900521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-91966469859477979782010-06-10T16:27:32.617-03:002010-06-10T16:27:32.617-03:00Caros,
Qual é, na sua opinião, o problema ou probl...Caros,<br />Qual é, na sua opinião, o problema ou problemática de "Ser e tempo"?<br />E qual é, para vocês, a resposta a esse problema ou problemática, ou seja, a tese, de Heidegger?<br />Grato,<br />edgAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-87068141507184983842010-06-10T15:55:59.716-03:002010-06-10T15:55:59.716-03:00Caro Afrânio,
Razão tem pelo menos três sentidos b...Caro Afrânio,<br />Razão tem pelo menos três sentidos básicos: como 1) conjunto de princípios, leis e regras universais; 2) como capacidade ou faculdade de pensar esses princípios, leis e regras, e 3) como argumento ou fundamento de argumento.<br />As leis básicas ou princípios da lógica, como o da identidade, são exemplos de proposições universais e necessárias.<br />Ab.,<br />edgAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-31788514089267787862010-06-10T10:23:34.246-03:002010-06-10T10:23:34.246-03:00Aetano,
Seu questionamento é perfeito.
Ademais,...Aetano,<br /><br />Seu questionamento é perfeito. <br /><br />Ademais, está errada também a segunda parte da afirmação de que <br /><br />"Heidegger questionou as noções básicas do pensamento de Descartes, tradicionalmente concebidas como absolutas, e concluiu que elas são filhas da escolástica medieval. Essa investigação da 'certidão de nascimento' do cartesianismo não é imune a críticas. Mas Antonio Cicero simplesmente chamou-a de 'relativização', sem notar que, há 73 anos, 'Ser e Tempo' já previra e contestara essa rotulação (§ 6)."<br /><br />Ao contrário, já em “O mundo desde o fim”, de 1995 (p.96-7 da edição brasileira ou p.89 da edição portuguesa), eu ironizava a pretensão de Heidegger no § 6, dizendo:<br /><br />“Negando que tenha a pretensão de efetuar uma "má relativização" (schlechte Relativierung) de pontos de vista ontológicos, Heidegger explica que tenciona levar a cabo uma "comprovação da procedência dos conceitos ontológicos fundamentais como exposição investigadora das suas 'certidões de nascimento'", tendo em vista "delimitar [a tradição ontológica] em suas possibilidades positivas"; e complementa: "e isso sempre quer dizer em seus limites". Em suma, ele pretende realizar uma boa relativização dos conceitos ontológicos -- para nós, noético-ontológicos – fundamentais”. <br /><br />AbraçoAntonio Cicerohttps://www.blogger.com/profile/16263107813619900521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-35592772051178911602010-06-10T01:03:15.427-03:002010-06-10T01:03:15.427-03:00Caro Cicero,
fiz a questão abaixo ao Maurício, o...Caro Cicero, <br /><br />fiz a questão abaixo ao Maurício, o que vc acha: há uma incompatibilidade entre os trechos que menciono, ou não entendi bem?<br /><br /><br />Caro Maurício,<br /><br />Antes do meu questionamento, quero parabenizá-los (vc e Cicero) pelo alto nível do debate.<br /><br />A minha questão é a seguinte:<br /><br />No primeiro artigo, vc sustenta que:<br /><br />"Em relação especificamente a Descartes, a obra principal de Heidegger, 'Ser e Tempo' (parágrafo 24), ressalta não ser contestação à validade da concepção de certeza do pensador francês. Trata-se, isso sim, de mostrar a noção cartesiana não como essência da certeza, mas como derivação dessa essência.<br />Em outras palavras, Heidegger problematiza as próprias noções de verdade e de razão. Ou seja, ele as recusa como absolutas."<br /><br />No segundo artigo, porém, citando a mesma obra ("Ser e Tempo"), vc diz:<br /><br />"Heidegger questionou as noções básicas do pensamento de Descartes, tradicionalmente concebidas como absolutas, e concluiu que elas são filhas da escolástica medieval. Essa investigação da 'certidão de nascimento' do cartesianismo não é imune a críticas. Mas Antonio Cicero simplesmente chamou-a de 'relativização', sem notar que, há 73 anos, 'Ser e Tempo' já previra e contestara essa rotulação (§ 6)."<br /><br />Ora, no primeiro artigo "Heidegger problematiza as próprias noções de verdade e de razão", recusando-as como absolutas. Se não são absolutas, então são relativas. Ocorre que, de acordo com o segundo artigo, Heidegger, há 73 anos, "já previra e contestara essa rotulação". Sendo assim, como compatibilizar as duas afirmações? Não há aí uma contradição? Ou será que minha leitura não foi adequada?<br /><br />Grato pela atenção,<br /><br />AetanoAetanohttps://www.blogger.com/profile/12423831394078805062noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-40414037848025779282010-06-09T22:47:23.733-03:002010-06-09T22:47:23.733-03:00Caro Cícero,
Sou leitor habitual do seu blog Acon...Caro Cícero,<br /><br />Sou leitor habitual do seu blog Acontecimentos e também do Laudas Críticas, do Tuffani. Não tenho o hábito de postar comentários. Sou daqueles egoístas que preferem aproveitar o que lhes interessa.<br /><br />Reconheço que sou mais chegado à sua visão da filosofia do que à do Tuffani. E, ainda por cima, não concordo com as opiniões dele sobre a regulamentação da profissão de jornalista. Mas reconheço também a impecável honestidade ética e intelectual dele ao tratar desse tema e de outros.<br /><br />Assisti outro dia a um debate em um desses canais universitários, em que perguntaram a ele o que ele achava dos resultados de uma pesquisa de opinião pública que apontava maioria favorável à tese dele sobre a regulamentação da profissão. Em vez de aproveitar da chance para nadar de braçada e tripudiar em cima do adversário sindicalista, ele optou por não considerar a pesquisa porque existe muita desinformação sobre o assunto.<br /><br />Bem, onde quero chegar? Vamos lá: acho que você extrapolou em considerações como, por exemplo, "fraqueza ética".<br /><br />Sou muito amigo de sindicalistas e professores de jornalismo que consideram Tuffani um inimigo. Mas já vi muitos deles lamentarem não ter um cara do valor dele do mesmo lado da trincheira.<br /><br />Outro dia, na USP, acho que em março deste ano, vi ele e o prof. José Coelho Sobrinho (defensor radical da obrigatoriedade do diploma) se aproximarem um do outro e... se abraçarem! Os dois participaram de um debate com os alunos. Sabe o que aconteceu? Eles defenderam cada um o seu ponto de vista, mas acabaram criticando juntos a banalização de problemas da profissão na visão de alunos e de sindicalistas. E foram juntos depois tomar um café juntos.<br /><br />Poucos dias antes, eu assisti como ouvinte esporádico, na ECA-USP, a uma aula do Tuffani no curso de pós em Divulgação Científica. Acredite: ao fazer um panorama da passagem do pensamento medieval para o pensamento moderno, ele não poupou elogios a Descartes. Citou frases geniais do francês que eu não conhecia, mostrando-o como um dos grandes alicerces filosóficos da modernidade.<br /><br />E aqui, poucos meses depois, ele virou um "anticartesiano", "irracionalista". Se você permite a opinião de um admirador seu, acho que você não entendeu direito a forma como ele se conduziu neste debate.Paulo Sandoval Limanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-42876158452814036742010-06-09T19:52:50.737-03:002010-06-09T19:52:50.737-03:00Caro Edson, que tal uniformizarmos a linguagem? O ...Caro Edson, que tal uniformizarmos a linguagem? O que você entende por razão? O que você entende por pensamento racional? Você pode me dar uma proposição universal, absoluta e necessária? Grato pela atenção.Afrânionoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-51115993815907278612010-06-09T18:32:43.199-03:002010-06-09T18:32:43.199-03:00Marcelo,
De novo, acabo lhe respondendo antes de ...Marcelo,<br /><br />De novo, acabo lhe respondendo antes de responder ao Afrânio. Mas confesso que não estou mais tão preocupado com isso porque as observações que o Edson Dognaldo Gil tem feito sobre o comentário do Afrânio são muito parecidas com as que eu faria.<br /><br />Sobre isso o Tuffani está certo. Mas o que aconteceu não foi propriamente um erro de tradução. É que Heidegger tem uma outra obra, ainda mais famosa do que essa, chamada “GRUNDFRAGEN der Philosophie”, isto é, “Questões fundamentais da filosofia”. Na hora de escrever o título da obra que estava citando, misturei um com o outro, de modo que pus “As questões fundamentais da filosofia”.Antonio Cicerohttps://www.blogger.com/profile/16263107813619900521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-62506825163359591612010-06-09T18:14:56.435-03:002010-06-09T18:14:56.435-03:00Antônio Cícero,
Desculpe importuná-lo mais uma ve...Antônio Cícero,<br /><br />Desculpe importuná-lo mais uma vez com os comentários do Tuffani no blog dele, mas, como não sei alemão, agradeceria se você pudesse responder em poucas palavras se está correta a crítica que ele faz à sua tradução. Segundo ele, a tradução correta de “Die Grundfrage der Philosophie” é “A Questão Fundamental da Filosofia”, “e não ‘As Questões Fundamentais da Filosofia’, como disse Antonio Cicero em seu artigo, inclusive porque a questão a que se refere o título é uma só”. Ele está certo?<br /><br />Marcelo SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-20155866552951529552010-06-09T18:07:45.261-03:002010-06-09T18:07:45.261-03:00Prezado Antonio Cicero,
Para mim, relativização n...Prezado Antonio Cicero,<br /><br />Para mim, <b>relativização</b> não implica <b>desqualificação</b>, e, para você, implica. Não pretendo entrar no mérito dessa divergência agora devido à pressa motivada pelo objetivo de fazê-lo entender o seguinte: por eu entender que uma coisa não implica a outra, minha conclusão foi a de que você desviou o foco do assunto, mas eu não disse isso para denotar uma <b>intenção</b> diversionista sua. Percebe?<br /><br />Tenho evitado a todo o custo afirmações sobre você que tenham conotações morais negativas, mas parece que suas lentes em alguns momentos estiveram embaçadas por elas. Mesmo quando eu disse, em minha primeira resposta à "Anônima" que sua interpretação era "indevida e enganosa" ficou claro que o engano era algo que afetava até a você mesmo, e não o fruto de uma <b>intenção</b> de enganar.<br /><br />Uma leitura atenta e desarmada de minhas manifestações em relação a você deixará mais que evidente que evito supor <b>intenções</b>. Até mesmo quando me referi às <b>intenções morais</b> no sentido de Nietzsche eu não me atrevi a dizer quais são as suas, mas o que elas envolvem.<br /><br />Lamento que você tenha entendido dessa forma. E prefiro não fazer nenhuma interpretação dessa sua interpretação como "sinal de fraqueza" ética, intelectual ou o que quer que seja. Aliás, prefiro nem qualificar que tipo de desvio de assunto é esse outro.<br /><br />Eu esperava um pouco mais de um cartesiano no esforço de separar as coisas em partes. <br /><br />Saudações,<br /><br />Maurício TuffaniMaurício Tuffanihttps://www.blogger.com/profile/07813774218500528664noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-60297839163291096562010-06-09T12:08:26.669-03:002010-06-09T12:08:26.669-03:00Prezados, sou contra também à relativização levada...Prezados, sou contra também à relativização levada ao seu máximo expoente. Essa coisa de achar que tudo é relativo seria um modo simplista de encarar o mundo. Há fatos que são platitudes. Por isso, quando se pede um acordo das regras, exige-se também concomitantemente um acordo sensorial. Se vejo um homem, não posso abster-me dessa evidência para dizer que vejo um quadro-negro. Isso não seria relativizar -- mas sim distorcer realidades. Mas alguém poderia questionar assim: mas quem lhe garante que vejo um homem? Vejam, nesse sentido é mister seguir o acordo conceitual que determina a essência do homem. E eu não diria para internar o homem do quadro-negro, mas que fosse devidamente tratado no escopo de evitar que abraçasse uma lousa e escrevesse com giz numa linda mulher. Todavia, há questões menos simplificadoras atinentes à hermenêutica que por ora não poderemos divagar por aqui. É também evidente que o cérebro é uma filtragem do mundo. Por isso ultimamente confundir estaria mais na intencionalidade de confundir no aspecto filosófico (no intuito mesmo da discordância) - porque quem confunde sabe que a sua guarida está por detrás desse anteparo que é a filtragem do cérebro que relativiza os objetos e que o exime de ser chamado de louco ou qualquer coisa que o valha. A experiência é, de fato, uma sursis ao pretigitador filosófico que não quer porque não quer ver claro aquilo que tem clareza mesmo não sendo uma verdade do tipo matemática. Por isso se deve em todos os aspectos procurar salvaguardar os limites das percepções e sensações. É como dizia o estagirita: devemos evitar os excessos e vícios (também sensoriais).wilson luques costanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4784026675001070232.post-17507014104227221672010-06-09T11:59:53.070-03:002010-06-09T11:59:53.070-03:00Marcelo,
Estou muito sem tempo, como expliquei ao...Marcelo,<br /><br />Estou muito sem tempo, como expliquei ao Afrânio, ao qual devo uma resposta; mas o seu comentário tem que ser respondido antes, pois envolve uma questão ética.<br /><br />Está truncada essa descrição da discussão. No meu primeiro artigo, eu digo que <br /><br />“Heidegger, por meio de um de seus famosos passes etimológicos, chega a tentar RELATIVIZAR o conceito de razão (ratio), tal como empregado pela tradição filosófica, considerando-o como mais superficial do que o seu sinônimo alemão (“Vernunft”), com o argumento infame de que este, derivado do verbo “vernehmen”, “escutar”, seria mais “auscultante” do que aquele”. <br /><br />E continuo: <br /><br />“A DESQUALIFICAÇÃO da tradição filosófica não poderia mesmo deixar de se acompanhar de uma desqualificação da razão, uma vez que essa tradição consistiu exatamente no desdobramento da razão ao ponto máximo de sua ambição”. <br /><br />Ou seja, a DESQUALIFICAÇÃO a que eu me referia era exatamente a RELATIVIZAÇÃO.<br /><br />Em seu artigo “O tabu em torno da razão”, tentando refutar-me, Tuffani diz que <br /><br />“Heidegger problematiza as próprias noções de verdade e de razão. Ou seja, ele as recusa como absolutas. Mas isso – que o colunista não aceita – não é DESQUALIFICAR a razão nem a ciência, a técnica e a modernidade”. <br /><br />Ora, se a intenção dele é me refutar, a DESQUALIFICAÇÃO a que ele se refere só pode ser, implicitamente, aquela a que eu me refiro, isto é, a RELATIVIZAÇÃO: ou ele não poderia estar pretendendo me refutar. É por isso que eu respondo:<br /><br />“No meu artigo, eu dera o exemplo da tentativa de Heidegger de relativizar o conceito de razão, tal como empregado pela tradição filosófica. Tentando rebater-me, o sr. Tuffani diz que “Heidegger problematiza as próprias noções de verdade e de razão. Ou seja ele as recusa como absolutas”. Ora, o que é recusar uma coisa como absoluta senão relativizá-la?”<br /><br />É claro que uma pessoa como a “anônima” ou o Sergisapo não seria capaz de entender o que acabo de explicar. Tuffani entendeu, tanto que não falou no assunto, no artigo. É um lamentável sinal de fraqueza, não intelectual, mas ética, que ele agora concorde com a pobre “anônima”.Antonio Cicerohttps://www.blogger.com/profile/16263107813619900521noreply@blogger.com