30.11.14

Vera Casa Nova: "O tempo passa, Virgínia"




O tempo passa, Virgínia,
os dias e as noites
passam tão rapidamente
que só sentimos o voo.
Quando os anos marcam
nosso corpo,
com as dobras, as veias,
as rugas, o saber sobre as coisas enobrece.
Caminhos percorridos
às vezes adiados
nem sempre contados.
Memória do viver.


NOVA, Vera Casa. "Versos". In:_____. Restos. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2014.

3 comentários:

Anônimo disse...

Li-a! E depois fui procurá-la em outros sítios. Encontrei-a! Descobri mais um poeta!

versos inconclusos disse...


vera, hedionda
tua palavra é hecatombe
bomba-me
ela me tomba!

vera, ela me desestabiliza
ela me extermina.

ela me deflora, vera.

a tua palavra me dói
corrói
também me compra.

e eu, embevecido
como um cão por carne, vera:

vendo-me!!!

Paulo Sabino disse...

Que coisa mais linda! Obrigadíssimo, Cicero! Não só pelo poema mas pela informação de que a Vera está com livro na praça! Não sabia. Ótima notícia!

Vou comprá-lo já já!

Beijo grande!